Governo estuda medidas para incentivar oferta de Seguro Rural em diversas regiões do país

Nem todos os produtores aprovam o benefício por considerar as apólices muito caras e prêmios muito baixosA procura por Seguro Rural cresce a cada ano no Brasil, mas a resistência dos produtores em aderir à cobertura privada ainda é grande. Por causa disso, o governo estuda medidas para incentivar a oferta de seguro nas regiões de climas mais instáveis. Para o ano que vem, é analisada a possibilidade de incluir outras culturas, como frutas e hortaliças. Confira a reportagem:

O Ministério da Agricultura estima que, este ano, 10% da área plantada no país esteja coberta pelo Seguro Rural. Para as seguradoras foram disponibilizados R$ 160 milhões, suficiente para atender em torno de 72 mil produtores. No ano passado, dos R$ 99 milhões repassados, sendo que R$ 61 milhões foram utilizados.

? Acreditamos que na cultura de verão, que começa em agosto, a demanda por Seguro Rural aumente e nós possamos colocar esses R$ 160 milhões ? analisa o diretor do Departamento de Gestão de Risco Rural do Ministério da Agricultura, Wellington Soares.

Apesar de ter aumentado a procura pelo Seguro Rural, nem todos os produtores se sentem atraídos pelo benefício. A maioria reclama do alto custo das apólices e do baixo valor dos prêmios. Para minimizar o problema, o governo estuda medidas que incentivem as seguradoras e beneficiem os agricultores.

A intenção é dar condições de ofertas de seguros em todas as regiões do país. Com maior procura, o governo acredita que vai ser possível baixar os custos e elevar a cobertura.

Outro gargalo a enfrentar é o cálculo da produtividade. Como o IBGE só divulga dados sobre área plantada e colhida no país, as empresas de resseguro calculam as médias de produtividade somando os dados da agricultura comercial e da agricultura familiar. Segundo Soares, os índices são menores do que os da realidade e os prêmios ficam baixos e nada vantajosos.

? Estamos trabalhando junto ao IBGE, com apoio da Embrapa e Esalq, no sentido de dar condições ao IBGE de divulgar uma produtividade que se aproxime o máximo possível daquela alcançada pelo produtor.

Para estimular o produtor, o Banco do Brasil pretende estender ? a partir de primeiro de julho ? a concessão de crédito para custeio vinculado ao seguro rural. Além da soja, milho e trigo terão cobertura em todo o país, bem como o algodão no Centro-Oeste, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Paraná.

A medida servirá também para os principais Estados produtores de cana e arroz irrigado. Quem aderir ao seguro vai ter o limite de crédito ampliado em 15%.