Com a profissionalização da agricultura, negociar corretamente a venda dos grãos minimiza riscos e traz lucros
Daniel Popov, de São Paulo
Quando a cotação dos grãos está em queda muitos produtores se perguntam se há alguma maneira de perder menos com isso. Aqueles que estão rentabilizados armazenam o produto até que o preço suba ao nível esperado, outros, menos afortunados, tentam negociar com os compradores. E há aqueles que reclamam da falta de ajuda do governo naquele momento tão difícil. Mas, a melhor maneira de se proteger destas variações incontroláveis de mercado é aprender a comercializar a safra com mecanismos disponíveis no mercado de commodities, usando a bolsa de mercadorias, por exemplo.
A primeira vista negociar em bolsa parece uma coisa complicada e muito distante do que a atividade principal do agricultor exige de conhecimento. Mas, para o analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari, especialista responsável pelo curso “Introdução a comercialização de soja e milho”, na agricultura moderna aprender a comercializar é tão importante quanto plantar, adubar, ou colher. “Não adianta nada fazer o melhor manejo, conseguir a mais alta produtividade possível, se na hora de ganhar o dinheiro justo por isso, o produtor não se preocupa”, diz Molinari. “Vender representa 50% do negócio dele. Se ele fizer de qualquer jeito, não ganhará o que merece.”
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Em um dos cursos lecionados por Molinari, que a reportagem do Projeto Soja Brasil esteve presente, era possível notar a mudança no pensamento dos produtores em relação a isso. Claro, que os baixos preços pagos pela soja e pelo milho atualmente serviram como um estimulo para esta busca de informação, mas também era possível notar a veia empreendedora na maioria deles. “Os tempos mudaram, hoje tudo acontece rápido e é preciso estar atento para não ficar pata trás”, relata a participante Selma Vieira, que assumiu recentemente a tarefa de comercializar a produção das fazendas da família. “Até hoje, nossa negociação era baseada em trocas por insumos e contrato a termo. Se sobrasse algo vendíamos no balcão.”
Em todos estes casos, a produtora dependia das cotações do momento para definir o preço. Se fosse hoje, ela receberia pouco por sua produção. Mas, se Selma já comercializasse parte de sua futura produção no mercado de derivativos, por exemplo, ela certamente não estaria preocupada em onde armazenar e quando vender. “Se soubesse disso antes, hoje estaria negociando a safra 2017/2018 e ai sim, me preocupando só com a agricultura”, comenta.
Mas, o que é esse mercado de derivativos e porque ele é tão importante para a agricultura atual? Os derivativos podem ser definidos como instrumentos financeiros que ajudam a minimizar os riscos de mercado, como queda de preço, travamento do câmbio e por ai vai. “Os instrumentos que temos em bolsa são muito válidos para ajudar o produtor nesta proteção de risco, e ai sim ele pode segurar a soja no armazém sem problemas”, afirma Molinari.
Outro participante do curso, Rodrigo Brandão, herdou duas propriedades de grãos do pai, mas não pensa em aprender a plantar. Ele prefere arrendar as áreas e negociar a soja recebida em troca. No contrato firmado entre Brandão e quem arrenda a fazenda para plantar, é definido o armazém onde será colocada a soja após a colheita e a data limite para isso. Ao receber os grãos, o jovem empreendedor negocia com alguma trading local. “Eu entrego a soja mas não travo o valor, espero uma melhora, dentro de um prazo e, quando sobe eu ligo e negocio. Mesmo assim se os preços estão como os atuais, a diferença é pequena”, conta ele.
Brandão explica que buscou o curso para entender como funciona o mercado futuro e o que é levado em consideração na formação dos preços. “Não é só saber como funciona, mas entender como se usa corretamente. Muitos tentam adivinhar se o preço vai subir ou não. Aqui entendi os fatores que podem elevar os preços ou derrubá-los”, conta ele.
Já o produtor mineiro, Edson Stock, é figura carimbada nos cursos do Safras & Mercado. Não porque ele não entende, ao contrário, ele é tão experiente que muitas vezes ajudou a encontrar informações sobre o mercado para que Molinari usasse no curso. Ele repete o curso para pegar importantes análises sobre o momento atual e assim negociar com mais precisão sua soja. “Todo o curso o Molinari traz uma análise atual do contexto global. Preços, clima, política, economia. Esses dados definem os preços internacionais e sabendo deles é mais fácil negociar”, garante Stock.
Molinari explica que esta contextualização serve para mostrar como uma análise bem feita diminui a chance de erros e traz ainda mais lucro. “A primeira coisa que o produtor precisa entender é que seu mercado é de risco. Clima, câmbio, política, enfim tudo isso ajuda a definir a cotação do grão. Com a análise certa e o conhecimento dos instrumentos para aplicar em bolsa, o produtor se protege deste risco”, diz o analista.
Ao final do curso não se via mais nenhum produtor reclamando dos preços, porque eles entenderam o que levou a isso e o que podem fazer na próxima safra para evitar casos parecidos. “Já comecei a traçar uma estratégia para a safra 2017/2018, pois o quanto antes eu começar, mais riscos evitarei e isso pode trazer vantagens no futuro e não incertezas”, comemora Selma.
O melhor de tudo isso é que o curso ministrado por Molinari é itinerante, ou seja, a cada mês está em um estado diferente. Para se ter uma ideia, já estão confirmados São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. Veja na tabela abaixo as datas, locais e como se inscrever. Lembrando que o curso não é gratuito e as vagas são muito concorridas.
Curso de introdução a comercialização de soja e milho:
Data: 06/06/2017
Local: Goiânia (GO)
Data: 20/06/2017
Local: Chapecó (SC)
Data: 05/07/2017
Local: São Paulo (SP)
Data: 12/07/2017
Local: Cascavel (PR)
Data: 15/08/2017
Local: São Paulo (SP)
Data: 13/09/2017
Local: Rio Verde (GO)
Data: 18/10/2017
Local: Primavera do Leste (MT)
Data: 22/11/2017
Local: São Paulo (SP)
Data: 06/12/2017
Local: Foz do Iguaçu (PR)
Para tirar dúvidas ou se inscrever a consultoria Safras & Mercado disponibiliza três opções:
Telefone: (11) 3053-2736
Whatsapp: (11) 9-5219-7239
E-mail: [email protected]
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