A colheita da soja começou, mas como foi a safra?

Clima, pragas, preços e manejo. O projeto Soja Brasil trouxe um pouco de cada um destes assuntos que marcaram a temporada

Até agora, o projeto Soja Brasil percorreu mais de 20 mil quilômetros por estradas de todo o país. Passando por sete estados, visitando mais de 30 municípios. E ainda vai passar por muitos outros, ouvindo produtores, agrônomos e especialistas para trazer as informações mais atualizadas sobre o desenvolvimento da safra 2016/2017.

A safra 2016/2017 de soja começou animadora, com os preços da oleaginosa batendo US$ 100 por bushel, em junho, e a notícia que o fenômeno La Niña não teria muita intensidade, ou mesmo nem se configuraria, fato que deixaria o clima um pouco mais favorável. Entretanto, após o fim do vazio sanitário, no dia 15 de setembro, muitos municípios no Mato Grosso que já poderiam começar a semear a soja, tiveram que aguardar o retorno das chuvas (que vieram em outubro) para fazê-lo. Passada este primeiro susto, o clima colaborou. “O clima agora vem se comportando bem. Está melhor que nas ultimas três safras, pelo menos”, diz o produtor Franco Bosa, de Mato Grosso.

No dia 21 de setembro aconteceu o primeiro grande evento do projeto Soja Brasil nesta temporada, a Abertura Oficial do Plantio, na Embrapa em Sinop. O evento reuniu dezenas de produtores e autoridades, inclusive o ministro interino da agricultura na época, representando Blairo Maggi.

De lá para cá, muito se falou em pragas, monitoramento, aplicação correta de agroquímicos entre outros. Mas, na verdade o clima também contribuiu para que a infestação de doenças e insetos fosse menor. Mas, as lavouras ainda não estão totalmente seguras, garante o consultor do projeto Soja Brasil Áureo Lantmann. “O desenvolvimento da soja no Brasil está com dois terços do tempo de cultivo, praticamente. Resta agora o terço final, e é justamente ai que surgem algumas preocupações, principalmente mosca branca e a lagarta Falsa Medideira”, garante ele. “Estas são pragas que daqui para frente começam a aparecer, então o agricultor deve ter muita atenção, para não elevar os custos de produção para o controle.”

Esta elevação nos gastos foi, inclusive, tema do 1º Fórum Soja Brasil desta temporada, em Cascavel, no Paraná, onde se discutiu também questões sobre o clima e perspectivas de mercado. Em Esteio, no Rio Grande do Sul, durante a Expointer, mais um Fórum aconteceu, onde se abordou assuntos como os desafios para a alta produtividade. Em Rio Verde (GO), destaque para a sustentabilidade do setor. “As decisões agronômicas, uso do manejo biológico, o controle biológico e a preservação dos inimigos naturais, são princípios básicos que temos que reforçar”, diz o pesquisador da Embrapa André Ferreira. “Estes fóruns servem também para ressaltar sempre com o agricultor, com os consultores, com os agrônomos, com os técnicos que estão dentro do cenário de produção.”

Segundo o diretor de Conteúdo do Canal Rural, Júlio Cargnino é fundamental para o país que o produtor esteja bem informado e que planeje bem a sua safra. “É preciso que os produtores tenham diversas informações para que possam tomar as decisões de acordo com a suas realidades”, conta ele.

O próximo grande evento do Projeto Soja Brasil já está marcado. Será nos dias 25 e 26 de janeiro em Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, onde acontece a Abertura Nacional da Colheita de soja da safra 2016/2017. “Os temas são temas atuais e que há necessidade de debate e é bom também para tirarmos uma temperatura do que o produtor está precisando”, afirma Marcos da Rosa, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil).

Com informações de Sebastião Garcia

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