Conab aposta em produção menor de soja na 1ª estimativa da safra 2017/2018

Em resumo, o clima deverá ser o divisor de águas nesta temporada. Veja a expectativa da Conab para cada uma das regiões do país.

Daniel Popov, de São Paulo
Em seu primeiro levantamento para a temporada 2017/2018, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) seguiu a expectativa do setor produtivo e apontou que a safra de soja será 7% menor que a anterior. Mesmo com a perspectiva de expansão da área, o órgão acredita que o clima será o ítem limitante da produção.

A expectativa entre os produtores de soja, com relação ao plantio da safra 2017/2018, é de,  novamente, um crescimento na área plantada. A razão apontada é que a oleaginosa segue como o produto que melhor remunera frente ao milho (apesar dos preços baixos das duas commodities).

Com isso, a Conab prevê que nessa primeira intenção terá um incremento de área na ordem de 1,6% a 3,8%, comparado com o plantio da safra anterior. Ou seja, a área passará de 33,9 milhões de hectares do ano passado, para 34,4 (limite inferior) ou 35,2 (limite superior. “A soja pela sua liquidez, é um produto com forte demanda interna e externa. E mesmo com as expectativas da safra norte americana ser imensa, os preços ainda estão em patamares considerados remuneradores pelos produtores”, afirma o órgão.

Todas as regiões, sem exceção, irão ampliar pelo menos um pouco suas áreas de cultivo de soja. O maior incremento deve acontecer no Pará, com elevação de 10% ante os 500 mil hectares do ano passado. A Bahia também deve experimentar uma elevação parecida, de 9,1%, chegando ao total de 1,7 milhão de hectares. O menor crescimento de área acontecerá em Goiás com no máximo 2,5%.

A produção nacional da oleaginosa deve ficar entre 106 e 108,2 milhões de toneladas, queda de 7,1% ante os 114 milhões de toneladas da safra 2016/2017. Abaixo será destacado a perspectiva de produção e condições para plantio por região:

Região Norte-Nordeste

O plantio da safra 2017/2018 deverá ocorrer a partir de dezembro, com a consolidação do período chuvoso. A safra recentemente colhida foi obtida dentro de um quadro climático bastante melhorado, quando comparada com o observado nas últimas três safras, e esse desempenho tem servido de estímulo ao produtor local, que pretende ampliar sua área plantada. Nessa perspectiva, o incremento percentual previsto para o aumento da área plantada regional deverá ser o maior do país, variando de 2,2% a 6,1% em relação aos 4.904,8 mil hectares plantados na safra passada.

Região Centro-Oeste

Na principal região produtora do país é esperada apresentar um incremento no plantio, variando de 1% a 3% em relação ao exercício anterior, podendo ultrapassar os 15 milhões de hectares plantados, impulsionado pelo que ocorre em Mato Grosso, o maior produtor nacional da oleaginosa.

Até a última semana de setembro não havia umidade no solo para as operações do plantio. Vale ressaltar que a semeadura se concentra em outubro e novembro, e o fato de ter havido poucas precipitações preocupa os produtores.

Região Sudeste

Na Região Sudeste a área plantada com a oleaginosa deverá apresentar forte oscilação, estando previsto para o exercício 2017/2018 incremento variando entre 1,5% e 6%, na linha com a previsão estabelecida para Minas Gerais, principal produtor regional.

O calendário de plantio da soja se estende, normalmente, até dezembro. Estima-se, com base na constante evolução do pacote tecnológico adotado pelos sojicultores e considerando condições climáticas normais, uma produtividade média de 3.128 kg/ha, de forma que a produção poderá reduzir de 10,1% a 4,7%.

Região Sul

É esperada uma variação percentual na área plantada, de 2,3% a 3,4% em relação ao observado no exercício anterior. A região deverá sair do patamar alcançado na safra passada de 11.459,6 mil para o intervalo de 11.723,5 a 11.854,1 mil hectares.

Devido ao clima pouco favorável ao início do plantio, esse deve se concentrar mais em outubro e parte de novembro, vindo Conab a concorrer por máquinas e implementos quando do plantio das demais culturas, como milho e feijão, que também estão atrasados.

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