Controle biológico de pragas no solo é boa opção para a safra

Entre as vantagens da tecnologia estão: a ampliação da produtividade, redução dos gastos, aumento da fixação de nitrogênio no solo e a diminuição da quantidade de resíduos.

O controle biológico pode aumentar em até 30% a produtividade da lavoura quando usado para combater pragas de solo. O recurso, que pode ser usado em conjunto com produtos químicos, traz economia ao produtor. Mas, apesar dos benefícios ainda faltam linhas de crédito específicas para este setor.

Esta técnica utiliza micro-organismos naturais para o combate de pragas no solo, principalmente em lavouras de uma única cultura. Nos últimos quatro anos, este setor cresceu 20%, em média, atingindo uma representatividade de 2% no mercado de defensivos agrícolas do país.

Segundo Robson Luiz Costa, especialista em defesa agropecuária, não fazer a rotatividade de culturas acaba selecionando micro-organismos e faz com que haja um dano significativo a lavoura. “À medida que se introduz organismos benéficos ao solo, é possível reestruturar esse ambiente, fazendo com que tenha uma competição saudável e a planta ganhará em produção”, garante Costa.

Entre outras vantagens apontadas pelo especialista, estão o aumento da fixação de nitrogênio no solo, a diminuição da quantidade de resíduos e a ampliação em até 30% da produtividade da lavoura. “O controle biológico pode ser usado em conjunto com produtos químicos e reduz em 15% os gastos com controle de pragas do solo”, diz Costa. “É bom ressaltar que antes de aliar as duas técnicas é preciso uma orientação técnica para balancear a dosagem das aplicações.”

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A aplicação do controle biológico pode ser realizada antes, durante ou depois do plantio, dependendo do objetivo do produtor. Hoje, o controle biológico pode ser resumido em três pontos: o produto, a boa recomendação e a tecnologia de aplicação. Se o alvo é o sistema radicular, a aplicação deve ser feita na semente ou no sulco, em jato dirigido. Se o objetivo é combater fungos de superfície, é preciso fazer a aplicação com pulverização ou sobre irrigação.

Na propriedade do agricultor Carinton Lopes Pimenta, já são 140 hectares cultivados com a tecnologia para diminuir a infestação de pragas no solo, que diminuíam a produtividade média em 50%. “A área que estava com problema no solo eu tinha uma redução de até 50% no potencial da planta ou mais. Isto inviabilizava a atividade agrícola, principalmente a irrigada que o produtor não dá descanso para a terra”, conta ele.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico, Pedro Faria Junior, quase todos os produtores precisam de financiamentos para conseguir lavrar seus campos para a safra, mas, nenhuma linha específica para o seguimento do controle biológico. “Os fabricantes de defensivos químicos possuem linhas próprias de financiamento ou através de bancos. Isto ainda não chegou ao setor biológico que é uma desvantagem competitiva na parte comercial”, garante Junior.

Neste ano, a perspectiva do setor é que o comércio de produtos biológicos irá movimentar mais de R$ 200 milhões. As regiões Sudeste e Centro-Oeste são responsáveis por mais de 50% deste mercado.

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