Diferença entre sementes gera 30 sacas a mais de soja

Estudo realizado no Rio Grande do Sul testou o plantio de sementes de diferentes cultivares em uma mesma área na safra 2015/2016

Com o objetivo de detalhar para o produtor gaúcho o rendimento de cada cultivar da soja, a Fundação Pró-Sementes em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), realizou um estudo, na safra 2015/2016, com mais de 46 cultivares com representatividade comercial e indicadas pelo Zoneamento Agrícola do Ministério da Agricultura (MAPA). O resultado apresentado mostrou variações de rendimento de até 30 sacos por hectare (2 toneladas), dependendo da semente utilizada em uma mesma área.

A época do plantio de soja nas três micro regiões do zoneamento agrícola do Rio Grande do Sul no ano passado influenciou diretamente no desempenho das lavouras. Pela 1ª vez, o levantamento considerou três épocas de plantio, de meados de outubro a dezembro. “Os resultados mostraram a importância de incluir no planejamento da lavoura a melhor época de plantio considerando questões como características de clima e de solo”, afirmou o diretor Técnico e Administrativo da Fundação Pró-Sementes, José Hennigen.

De uma maneira geral, o clima foi bastante positivo para a cultura na última safra. Cachoeira do Sul foi o município que apresentou melhor desempenho da metade sul do estado, com uma produtividade de 7119 quilos por hectare na segunda época de plantio. Conforme a engenheira agrônoma, Kassiana Kelh, responsável pela apresentação do levantamento, o município apresentou diferenças importantes entre as três épocas. O período de melhor produtividade coincidiu com a presença de maior luminosidade na formação da lavoura e menos chuva.

Hennigen destacou que o custo da semente é um dos menores da lavoura. “Por isso, é extremamente válido buscar a informação da melhor variedade que se adapta à cada região e período de plantio”, afirmou.

O presidente do Sistema FARSUL, Carlos Sperotto, comentou a velocidade de renovação das cultivares ofertadas por conta do avanço das pesquisas na área. “Das cultivares utilizadas no Estado em 2008, quando iniciamos este levantamento, apenas duas ainda figuram no levantamento atual”, comentou. “Isso mostra o quanto estamos evoluindo e o quanto ainda podemos evoluir”, disse. Sperotto . Ele ressaltou a importância dos produtores terem acesso ao levantamento para que possam obter os melhores resultados possíveis nas lavouras. “Além dos meios que já dispomos para o acesso aos dados, essas informações deveriam ser multiplicadas a partir de treinamentos dos produtores e trabalhadores rurais para que possam usar as novas tecnologias da melhor forma”.

Realizado há nove anos, o estudo avalia o desempenho de novas cultivares de soja registradas e indicadas pelo Zoneamento Agrícola de risco climático, e tem por objetivo orientar o produtor na tomada de decisão sobre a melhor semente de acordo com as condições e características de sua região.