Embrapa quer conquistar 10% do mercado com a soja Cultivance

Diferencial desta semente é que ela tem tolerância a outro grupo de herbicida, possibilitando o controle de plantas daninhas que possuem resistência ao glifosato

João Henrique Bosco | Foz do Iguaçu (PR)

A Embrapa Soja espera conquistar 10% do mercado de sementes de soja nesta safra, com a venda da variedade Cultivance, lançada no mercado no final de agosto. A semente é uma das novas opções que o produtor tem à disposição para esta safra, fruto da parceria público-privada entre a Embrapa Soja e a multinacional BASF.

O diferencial desta semente é que ela tem tolerância a outro grupo de herbicida, possibilitando o controle de plantas daninhas que possuem resistência ao glifosato.

– A gente traz um transgênico efetivamente brasileiro, para compor o sistema de produção como alternativa ao manejo da cultura da soja. Estamos entrando na safra com quatro materiais, espalhados em um pequeno conjunto de produtores, buscando aprimorar, para estar disponível para todos na safra seguinte – comenta o chefe-geral da Embrapa Soja, José Renato Farias.

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O custo da semente ainda não foi divulgado, mas a Embrapa já adiantou que será a um valor justo para os produtores.

– Não vai ser assustador, será a um custo bem honesto, compatível com o mercado – reforça Farias.

Soja Intacta

Já conhecida no mercado, a tecnologia Intacta RR2, da Monsanto, vem atraindo uma parcela grande de produtores a cada safra. O produtor rural Elton Hammer vai testar a cultivar pela primeira vez. Dos dois mil hectares que planta em Gaúcha do Norte, em Mato Grosso, 10% serão destinados à RR2.

Para isso, fez tudo de forma correta e investiu na área de refúgio, essencial para a saúde da lavoura. Hammer substituiu há cinco anos o plantio convencional pela tecnologia RR, resistente ao glifosato, e vai continuar apostando no que está dando certo. Tanto que os outros 90% da propriedade será cultivada com a tecnologia mais antiga, mais barata e que se enquadra no momento atual do produtor.

– Procuro trabalhar sempre com segurança, plantando a maior parte da área com cultivares que eu plantei há mais de um ano e tive boa resposta. Tanto que eu tenho obtido boas produtividades, quase 70 sacas por hectare – afirma o produtor rural.

Investimento em tecnologia

Em um cenário de incertezas, o desafio do produtor é encontrar o equilíbrio entre os custos e os investimentos em tecnologia. Na véspera do plantio de uma safra com muitas dificuldades, a margem de erro é muito pequena para os agricultores.

Mais do que nunca, é preciso avaliar com cautela todas as tecnologias à disposição dos produtores rurais. Com tantas opções, o agricultor pode ter dificuldade em saber qual o melhor caminho a ser trilhado.

– Aquilo que é essencial para as condições de rende que ele tem e para o crédito que ele dispõe. A questão é a seguinte para ter competitividade tem que ter produtividade, este ano mais ainda. Para ter competitividade, tem que ter tecnologia. Sem tecnologia, não há a menor hipótese de avançar de forma competitiva – explica o coordenador da FGV Agro e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.

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