Empresas de sementes de soja fazem competição de produtividade

Produtores do Planalto Central terão a oportunidade de acompanhar o plantio e os resultados da disputa durante a Agrobrasília

Camila Xavier, de Brasília
Empresas de sementes participando de uma competição para descobrir qual variedade de soja é mais produtiva no Planalto Central. São mais de 60 cultivares na disputa e o resultado sai em maio.

A Competição de Cultivares de Soja já é tradição para quem visita a feira Agrobrasília. Ali, os produtores terão a oportunidade de conhecer as variedades que melhor se adaptam ao clima e ao solo da região.

“Os produtores vem pra ver novas tecnologias e variedades. Eles acompanham os resultados que a gente divulga no primeiro dia da feira e serve de ferramenta para tomada de decisão para o seu planejamento do próximo plantio”, diz coordenador-geral da feira, Ronaldo Triacca.

Segundo o coordenador da competição, Carlos Vítor, a vantagem é que o produtor pode observar as variedades plantadas lado a lado, com a mesma adubação, mesma quantidade de chuva e mesmos tratos culturais. “É mais fácil avaliar as diferenças de produtividade”, diz.                            

Este ano foram cultivados 67 materiais, em uma área de mil metros quadrados por variedade, sendo 51 cultivares de soja de tecnologia intacta e 16 cultivares resistentes à glifosato. Ao todo, 18 empresas participam da competição.

“A Embrapa trouxe para o evento deste ano três cultivares com resistência à nematoide” afirmou o pesquisador da Embrapa, Sebastião Pedro. “Trouxemos a BRS 5980 IPRO, uma variedade superprecoce, com menos de 100 dias de ciclo, com resistência a três raças de nematóides do cisto e, a nematóide de galha”, conta Pedro.

Em maio, durante a feira, será revelada a soja mais produtiva do Distrito Federal. Enquanto o resultado não sai, os produtores já podem conhecer mais sobre as cultivares que estão na competição.

“Assim a gente procura fazer um mix, porque cada solo é diferente, então não é uma que vai ser a melhor escolha para área toda. O mix que eu faço é em torno de 8 cultivares, varia um pouco o ciclo, um pouco resistência a pragas e doenças”, diz o produtor Alan Cenci.

Outro produtor comentou que não consegue ficar testando as variedades, então esse trabalho é importante para dar um parâmetro. “Precoce de 100 dias até 150 dias, aí você tem que tomar a opção em função do teu solo, se está bem corrigido, bem adubado você entra com a mais precoce. Nós trabalhamos na fazenda com uma faixa de 30% precoce e os outros 70% a gente vai dividindo nesses ciclos mais longos em função até de colheita”, diz Paulo Luís Kruger.

Para a organização do evento, a produtividade das lavouras experimentais devem superar os números do ano passado.

“Eu acho que esse ano vai ficar um pouco acima do ano passado, talvez aí na faixa de 60 a 65 sacas por hectare, isso numa média geral, mas a gente tem produtividade de até 90 sacos, alguns talhões que já foram colhidos principalmente embaixo do pivô central”, diz Leomar Cenci, presidente da AgroBrasília.

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