Esmagamento de soja atingiu novo recorde em 2017

A dificuldade tributária não deve impedir que o processamento de soja continue crescendo no país em 2018. O setor estima que o esmagamento do grão deve aumentar 3,5% por causa do biodiesel

Roberta Silveira, de São Paulo (SP)

Além da produção recorde de soja neste ano, o esmagamento do grão em 2017 é o maior já registrado na história e, para o ano que vem, o setor já estima um novo recorde no processamento. São 41 milhões de toneladas processadas, o que representa 5% a mais do que em 2016.

Por causa da demanda elevada, a oferta de farelo e de óleo também cresceu neste ano, chegando a 31,5 milhões de toneladas e 8,2 milhões de toneladas de óleo de soja. Mesmo com esses números expressivos, a indústria de óleos vegetais tem reclamado que a tributação dos produtos estão atrapalhando o desempenho do setor.

“A tributação aqui no Brasil sobre os produtos industrializados é maior do que da matéria prima, o que é estranho. Nenhum país do mundo faz isto porque quer agregar valor, mas o que ocorreu desonerou a exportação da matéria prima e ainda não se desonerou completamente a exportação dos produtos. Sobram resíduos de Pis/Cofins, Icms e Funrural, que que incidem sobre a produção de produto industrializados”, disse Fábio Trigueirinho, presidente em exercício da Associação Brasileira de Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

A dificuldade tributária não deve impedir que o processamento de soja continue crescendo no país em 2018. O setor estima que o esmagamento do grão deve aumentar 3,5% por causa do biodiesel. “Como já foi aprovado que, em março do ano que vem, nós vamos aumentar a mistura do biodiesel com o diesel mineral de 8% para 10%, essa mistura vai criar uma demanda forte para o óleo no mercado interno. É uma demanda nova que vai ajudar a crescer ainda mais a produção de soja, assim como o processamento e, como consequência, aumentar o nível de empregos”, contou Trigueirinho.