Guarapuava (PR): Caravana Soja Brasil debate preços atuais da soja

Além disso, cooperativas alertam para o risco de os preços baixos nas culturas de inverno incentivarem o aumento no plantio da soja, sem rotação dos cultivos

André Anelli, de Guarapuava (PR)
Debaixo de muita chuva, a Caravana Soja Brasil – Cooperativa pelo Paraná realizou as suas palestras no município de Guarapuava, nesta quinta, dia 14, na cooperativa Agrária. Um dos assuntos mais discutidos foi o preço da soja. E não poderia ser diferente, pois as cotações do grão estão oscilando muito nos últimos dias e quase não atingem o patamar ideal para o produtor negociar, garantem os palestrantes.

Durante sua palestra, o analista de mercado,  Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado, comentou as fortes oscilações que foram registrados no preço da soja, na Bolsa de Chicago, na última semana.

“O momento atual da Bolsa de Chicago é o que chamamos de especulação climática, muito normal nesta época. Ou seja, temos semana de clima ruim que colocam os preços para cima e quando o clima está bom, derruba os valores. Esta é, inclusive, o momento atual das cotações, que seguem pressionadas para baixo. O momento é complicado, o produtor terá que ficar atento as oportunidades se quiser lucrar”, garante Gutierrez.

Entretanto, ele garante que estes preços baixos não é uma tendência e que, mais adiante, existem boas chances de os preços apresentarem novas altas. “Estas fortes oscilações do mercado são normais para este momento. Há algumas semanas o preço chegou a US$ 10 por bushel, mas depois o clima melhorou e os preços despencaram. Isso não significa que o produtor não terá mais boas chances de vender, ele terá, mas terá que ficar atento”, explica.

Apesar dos altos e baixos a cultura da soja ainda é a que melhor remunera e isso faz com que cada vez mais a área com a oleaginosa cresça no país. Para o diretor financeiro da Cooperativa Agrária, Arnaldo Stock, a culpa dos preços das culturas de inverno estarem baixos é justamente da política brasileira.

“Nos últimos anos a rentabilidade das culturas de inverno estão baixas, mas isso não é novidade no Brasil. Isso porque o trigo sempre foi uma moeda de troca com a Argentina, que consegue enviar seu produto sem tributação e por isso o Brasil já não produz todo o trigo que já produziu um dia. Então temos muito mais um problema de política, do que de mercado”, garante Stock.

O diretor financeiro da Cooperativa Agrária, explica que a cultura da soja ainda é a mais rentável, sem dúvidas, mas não se pode depender só dela. “O sucesso da agricultura local sempre se baseou em rotação de culturas. Agora, infelizmente, por uma questão de visão de curto prazo, pois o produtor muitas vezes está descapitalizado, acaba plantando só a soja mesmo. Mas agronomicamente isso não é bom”, finaliza.

Confira abaixo galeria de imagens do evento:

 

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