Lagarta encontrada no milho do MT não é uma nova espécie

Apesar disso, pesquisadores não descartam a possibilidade da praga migrar para a soja

Acabou o mistério, as lagartas que assustaram alguns produtores de milho do Mato Grosso, nesta safra, não são uma nova espécie da praga, garante a Embrapa Cerrados. Trata-se, na verdade, de duas espécies, Elaphria Agrotina e Elaphria Deltóide, que já são estudadas pela a pesquisadora Silvana Paula-Moraes da Embrapa Cerrado em parceria com a Fundação Rio Verde há três anos.

Segundo estudo da pesquisadora da Embrapa, essas pragas podem usar algumas plantas como hospedeiras, entre elas a soja, o algodão e até mesmo a cana-de-açúcar, mas até o momento não houve indícios de que as lagartas se alimentem destas plantas, nem mesmo a soja.

A Embrapa não confirma que estas pragas possam migrar para a soja, entretanto a pesquisadora Luana Maria de Rossi Belutti não descarta esta possibilidade. Segundo ela, em altas concentrações, existe a chance das lagartas ficarem na palhada do milho e migrarem para a soja na sequencia.

Essas lagartas que se reproduzem especificamente em tempo seco, se alimentam basicamente da base da espiga e de grãos secos, além de perfurar a região central e causar a queda da espiga.

Os primeiros ataques destas lagartas no Brasil foram relatados na safra 2012/2013 de milho e agora na produção do produtor Olévio Brancalione, que estima que as perdas causadas pelas lagartas podem chegar a 10% da produção. Assista o seu relato:

Cuidados na lavoura

Aos produtores que estão percebendo a incidência de alguma praga desconhecida no campo, o primeiro passo indicado é o envio das amostras para pesquisa, alerta o pesquisador da Embrapa Soja Adeney de Freitas Bueno.

Veja abaixo a entrevista com o pesquisador que ainda indica outros cuidados importantes a serem tomados em caso de pragas desconhecidas.