Logística é obstáculo para safra de soja 2016/2017

Distância dos portos, estradas de terra, valor do frete e falta de caminhões são alguns dos principais gargalos enfrentados pelos agricultores

A safra nem bem começou e os produtores do Centro-oeste já pensam nos problemas a serem enfrentados com a logística para trazer as sementes, insumos e escoar a safra. Um dos maiores gargalos relatados ainda é a distancia entre os municípios e os portos, sem contar estradas sem pavimentação, valor do frete e falta a de caminhões.

O produtor de soja de Mato Grosso, Leonildo Bares, já comprou seus insumos para a safra 2016/2017. Ao todo, 400 toneladas de adubo estão estocadas em sua propriedade, localizada em Sinop, que representa boa parte das 42 sacas de custos anuais que o agricultor mantém. “Este ano o adubo teve uma redução de 5% ou 6%, entretanto o frete acabou compensando esta queda devido a distancia”, conta Bares. “Então não consegui economizar.”

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O custo com o transporte se estende por toda a safra. Neste momento com os adubos e sementes, defensivos durante o desenvolvimento da lavoura e depois com a colheita. Segundo cálculos do produtor por causa destes gastos ele recebe até 30% menos que um produtor norte americano e 20% menos que um produtor aqui do Brasil de outras regiões mais próximas aos portos.

Os cálculos de Bares, são baseados principalmente nos custos com o transporte da soja. O que ele colhe aqui roda pelo menos 1.300 quilômetros até o porto de Santarém, no Pará ou 2.100 quilômetros até Santos, em São Paulo. “A logística de um modo geral ainda é o nosso maior gargalo”, garante o presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antonio Galvan. “Ela melhorou um pouco. Mas, as coisas mudam muito devagar. Ainda temos estradas de terra a percorrer.”