Mais crédito ao sojicultor que fizer o refúgio. Este é um bom estimulo?

O Ministério da Agricultura pretende criar uma política para facilitar o acesso ao crédito ao produtor rural que comprovar que faz a prática. Será que isso vai funcionar? Quem irá fiscalizar?

Daniel Popov, de São Paulo
O uso do refúgio para a manutenção das tecnologias atuais do campo é algo tão importante, que o Ministério da Agricultura pretende criar uma política para facilitar o acesso ao crédito ao produtor rural que comprovar que faz a prática, em áreas com biotecnologia.

O agricultor que fizer corretamente o refúgio nas lavouras pode ter preferência para acessar o crédito rural a partir da safra 2017/2018, sugere a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura para incentivar a prática no país. Por enquanto, não há um consenso entre empresas, produtores e entidades sobre como o processo ocorreria, principalmente a fiscalização.

Fórum Soja Brasil 2016/2017
increva-se ja ABERTURA PLANTIO COM BRANCO 2

A indicação será feita pelo secretário de Defesa Agropecuária, Luis Eduardo Rangel, ao secretário de Política Agrícola do Ministério, Neri Geller, responsável pela elaboração do Plano Safra. Rangel explica que a regulamentação do refúgio continua sendo um tema espinhoso e que vai demandar muito tempo “para a elaboração de uma lei”. Ou seja, depende também do Legislativo. Enquanto isso, o ministério quer usar as prerrogativas políticas. “Vai ser uma política pública para incentivar a prática do refúgio.”

Na cultura de soja, o recomendado é que 20% da área cultivada estejam forradas com plantas não resistentes a insetos. Apesar de o refúgio gerar um custo ao produtor rural, a Câmara Setorial da Soja vê a iniciativa do governo com bons olhos. “É importante fazer isso. Todo produtor tem que fazer o refúgio para gente preservar a tecnologia. É claro que se não fizer pode ter restrições, assim como é o caso daquele que cumpre as leis, manejo, e assim por diante”, explica Glauber Silveira, presidente da Câmara Setorial da Soja.

Já o diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, existe a necessidade de incentivar o produtor a praticar o refúgio. “Eu acredito que, hoje, o que existe não é tanto uma questão de incentivo monetário. É muito mais operacional, então o refúgio ainda tem algumas limitações operacionais, principalmente do ponto de vista do produtor, que não conhece as principais técnicas pra fazer o refúgio a campo”, comenta ele.

Muitos produtores dizem não fazer o refúgio por falta de cultivares adequadas para isso no mercado.  Mas, um site criado e atualizado pela Associação dos Produtores de Sementes e Mudas (Abrasem) desmente esta história e coloca a disposição muitas variedades que podem ser encontradas regionalmente através da ferramenta online.

Para facilitar esta busca por sementes para refúgio, a ferramenta foi disponibilizada no site do programa Boas Práticas Agronômicas, do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB). Acesse abaixo:

busca de sementes 2

Para dar este suporte técnico a equipe do programa é composta por cientistas, técnicos da indústria e até profissionais da comunicação, empenhados na tarefa de orientar os produtores sobre a necessidade de adotar estas práticas para preservar a eficácia das tecnologias atuais. Lembrando que o refúgio é muito importante para isso.

Veja mais notícias sobre soja

chamada whatsapp