Más noticias: cotações da soja e câmbio fecham em queda

Desta vez, nem o câmbio salvou as cotações em queda da oleaginosa. Todos os contratos negociados na Bolsa de Chicago recuaram pelo menos 1%

Daniel Popov, de São Paulo
Realmente está difícil prever algo para o mercado da soja. Enquanto todo o mercado esperava queda previsão para a produção americana, veio alta. Nesta segunda, após inúmeras chuvas no cinturão agrícola do país, a perspectiva era de melhora das condições das lavouras, veio uma piora. Enquanto isso, as cotações estão caindo rapidamente, chegando pela primeira vez, desde junho, no patamar de US$ 20,3 por saca (contrato para setembro). Para piorar, o câmbio que estava subindo, também caiu.

A cotação da oleaginosa segue em queda na Bolsa de Chicago. Nesta terça, dia 15, todos os contratos caíram no mínimo 1% em relação ao fechando anterior. O contrato de setembro fechou cotado a US$ 9,21 por bushel (US$ 20,30 por saca), queda de 1,17% ante os US$ 9,32 por bushel (US$ 20,5) de segunda. Já o vencimento para novembro de 2017 (contrato com maior liquidez na Bolsa) experimentou uma queda ainda maior, 1,5%, encerrando o dia a US$ 9,24 por bushel (US$ 20,37 por saca).

Fórum Soja Brasil 2017/2018

O câmbio que vinha de uma boa recuperação desde a semana passada, acabou fechando o dia a R$ 3,17, queda de 0,87%, ante os R$ 3,20 de ontem. Ao converter as cotações do contrato de setembro para o dólar do dia,  a saca de soja fechou o dia valendo R$ 64,5 por saca, contra os R$ 65,6 por saca desta segunda (com o câmbio a R$ 3,20) e R$ 66,6 por saca (com câmbio a R$ 3,13) de uma semana atrás.

No mercado, apesar da descrença em relação aos dados sobre a produção divulgados recentemente pelo USDA, a perspectiva era de preços estáveis, já que as condições das lavouras pioraram por lá em pelo menos 1%. Nesta segunda, dia 14, o relatório sobre estas condições apontaram que 59% dos campos de soja estavam em boas ou excelentes condições. Na semana passada o número era de 60%. “Para este período, esta é a pior condição de lavouras desde 2012. Claro que este relatório é só mais um dos indicativos que o mercado baliza seus preços. Pelo jeito teremos que aguardar até setembro para saber as reais condições”, diz o analista Glauco Monte.

Histórico USDA

Uma informação interessante foi trazida pelo analista. Segundo Monte Os números divulgados pelo USDA em agosto, dificilmente mudam de rumo em setembro. Ou seja, se os relatórios vem em queda e em agosto cai ainda mais, em setembro os números podem ser ajustados, mas seguem a queda. O contrário também acontece. “Como os números vieram em alta, possivelmente a produção será grande. Pode até ser corrigida levemente para baixo, mas nada que surpreenda. Claro que nada é garantido, este é só mais um dado para ficarmos atentos”, garante o analista.

Clima para os Estados Unidos

Segundo a meteorologia, as chuvas que chegaram esta semana nos Estados Unidos devem persistir até pelo menos o dia 19 de agosto, com volumes que variam de 50 a 80 milímetros. “Depois deste período, a previsão para o cinturão agrícola dos Estados Unidos é de redução das precipitações, mas não totalmente”, afirma a meteorologista da Somar Desirée Brandt.

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