Monitoramento da ferrugem diminui prejuízo de agricultores

O serviço, que é gratuito, surgiu depois de um surto enfrentado pelos produtores em 2004, quando 90% das lavouras da região tiveram problemas com a ferrugem

Sebastião Garcia, de Rio Verde (GO)
A incidência da ferrugem asiática no município de Rio Verde, em Goiás, foi reduzida de 90% para apenas 10% das lavouras após o início de monitoramento da doença. A iniciativa veio do sindicato rural da cidade, que mantém um laboratório para que o produtor faça a análise de talhões e consiga identificar rapidamente a contaminação.

O trabalho de análise das folhas de soja é feito há oito anos. Eles criaram uma estrutura de laboratório em parceria com universidades da região para fazer as análises durante toda a safra. O serviço, que é gratuito, surgiu depois de um susto enfrentado pelos produtores em 2004, quando 90% das lavouras da região tiveram problemas com a ferrugem.

“Em 2004 a gente teve muito problema de ferrugem. Alastrou a região, a gente teve prejuízo demais. Agora, com este laboratório, a gente está prevenindo e não deixando a ferrugem entrar e, se ela entrar, a gente vai controlar”, falou o coordenador de análise do laboratório Antonio Carlos Bernardes.

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O produtor Ivan Brucelli, por exemplo, já teve experiências não muito boas com a ferrugem asiática e, por conta disso, já levou material para análise no laboratório três vezes apenas nesta safra. Ele já fez uma aplicação de fungicida nos últimos dias, mas acredita na máxima de que todo cuidado é pouco. “O produto recomenda de 12 a 15 dias, mas outros já são 21 dias. Pra ver se vai aguentar mesmo ou vou ter que aplicar antes, porque, se aparecer a ferrugem, terei que antecipar as outras aplicações”, disse.

Ivan deixou amostras de 8 talhões diferentes e o resultado sai em 24 horas. O produtor promete voltar na semana seguinte, para não relaxar no monitoramento. “O diferencial agora é a segurança, pois sabemos que o estamos fazendo o trabalho correto”, disse o produtor rural.

Cuidado redobrado
Na safra passada, o primeiro foco da ferrugem foi detectado um mês depois que começaram a ser feitas as análises, em janeiro. Em 2016, a equipe do laboratório acha que os focos vão aparecer antes, pois choveu mais neste início de safra e a umidade favorece o desenvolvimento da ferrugem. Com esses fatores, a orientação é que o cuidado seja ainda maior.

“O importante é a gente ser preventivo e controlar antes que ela dê algum dano ao produtor. O laboratório está aqui justamente pra detectar a ferrugem, principalmente os primeiros focos, porque, a partir daí, fica orientado o que aplicar e como fazer, seguindo a orientação de um engenheiro agrônomo”, completou Bernardes.

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