MS: clima e renda favorecem e área poderá crescer até 5%, diz Famasul

Por enquanto os trabalhos seguem em ritmo cadenciado já que muitas chuvas atingem o estado. Para a entidade, apesar da elevação nos custos a aquisição dos insumos está normal

Se existe um estado do Centro-Oeste que está sofrendo menos os efeitos de falta de chuvas por conta do El niño, ele com certeza é o Mato Grosso do Sul. Com boa umidade no solo e chuvas recorrentes, o plantio avança rápido por lá. Isso aliado a boa capitalização dos produtores, a expectativa do estado é que a área de soja cresça até 5% na safra 2018/2019.

Segundo o coordenador da Unidade Técnica do Sistema Famasul, Justino Mendes, em entrevista à Agência Safras, a área deve alcançar mais de 2,8 milhões de hectares, com um acréscimo que poderá variar de 3% a 5%, avançando em áreas de pastagens passíveis de conversão para agricultura, além da Integração Lavoura Pecuária e Floresta. “Os preços também estão favoráveis para que o produtor possa investir na atividade e, consequentemente,ampliar a produção, com expectativa de ultrapassar 10 milhões de toneladas”, conta.

Mendes ressalta que a valorização da taxa de câmbio e os bons preços dos prêmios de porto são as variáveis que contribuem para a sustentação do preço no mercado interno. “A primeira influenciada pela indefinição eleitoral e a outra pelos prêmios de porto e as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que aumentam a demanda pela soja brasileira”, diz.

O produtor de Mato Grosso do Sul está conseguindo trabalhar hoje com um cenário de maior equilíbrio financeiro, garante Mendes. “Em 2018 houve recuperação nos preços das commodities se comparado ao ano passado. A soja apresentou um melhor desempenho com safra cheia e preços em alta, contabilizando um crescimento de 3,81% entre julho e agosto”.

O plantio

Justino salienta que o plantio está iniciando no estado e que o ritmo dos trabalhos deve ganhar intensidade no decorrer desta semana. “As chuvas tiveram início neste mês e a previsão é de clima favorável para esta temporada. Com isso, a estimativa é de um plantio regular. No Sul do estado os produtores farão a semeadura com mais segurança”, afirma.

Justino disse que o produtor do estado tende a seguir o calendário do plantio para garantir o acesso ao seguro rural e o aumento na produtividade.

Os custos

Justino avalia que os investimentos para a safra 2018/2019 serão mais moderados por parte dos produtores. “O volume de crédito acessado para esse fim, nos meses de julho e agosto de 2018, foi 1,6% menor que em igual período de 2017”, comenta.

Ele ressalta que o produtor tende a sofrer algum impacto nos custos, por conta da taxa de câmbio, que tem uma influência direta no preço do diesel. “Esse item tem um peso, pois representa 50% do custo das operações agrícolas. No que se refere à tabela de fretes, não há ainda estudo por parte da Famasul que comprove a interferência por parte do produtor rural”, finaliza.

A aquisição de insumos está dentro da normalidade no estado. A Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) mostra que de janeiro a agosto de 2018 o volume disponível ao mercado tem aumentado gradativamente, crescendo 4,52 % frente a igual período de 2017. “O ritmo de entregas dos insumos, até agora, não registra intercorrências. Nos próximos dias, a Aprosoja/MS fará o acompanhamento do plantio e ratificará, ou não, as condições de normalidade”, diz Mendes.

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