MT: produtor inicia colheita e registra 20 sacas a menos de soja por hectare

Durante passagem da Caravana Soja Brasil por Nova Ubiratã (MT), agricultores se mostraram preocupados com a produtividade obtida. Região oeste deve fechar com quebra de 15%

Carolina Lorencetti, de Nova Ubiratã (MT)
Sojicultores de Nova Ubiratã, em Mato Grosso, estão preocupados com a quebra da safra. Só na região oeste, maior produtora de soja do estado, o revés pode chegar até 15%. O alerta foi dado durante a passagem da Caravana Soja Brasil pelo município, na última quarta-feira, dia 30. Palestra sobre o uso dos biológicos no campo também preocupa.

Quem olhou para a lavouras de soja de Fábio Bratz no começo da temporada em novembro, não imaginava que ele teria uma surpresa desagradável na hora de colher. Os primeiros talhões colhidos renderam uma média de 49 sacas por hectare, 20 a menos que na comparação com a do ano passado. Para ele, o clima foi o principal motivo.

“Faltou chuva para começar o plantio, atrasou um pouco. Depois choveu muito no florescimento. E no enchimento de grão faltou de novo. Tivemos 14 dias de sol e acho que isso afetou bem a produção”, afirma Bratz.

Os produtores da região estimam que a quebra na produção pode variar entre 10% e 15%. Lembrando que a região médio norte, onde fica Nova Ubiratã, é a que mais produz soja no estado: Nessa safra, segundo o Instituto matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), a estimativa é de 11 milhões de toneladas. Mas para isso o solo exigiu uma série de cuidados.

“O nosso solo nosso exige bastante. A adubação tem que ser caprichada, com bom calcário Ultimamente a gente está saturando com calcário, já que isso gera bom resultado na hora da colheita. Esses materiais precoces tem que ter arrancada para ir pra frente”, diz o presidente do Sindicato Rural do município, Albino Castilho Ruiz.

Com a colheita da soja bastante adiantada aqui na região, o milho, que é o principal substituto, vem sendo plantado. E está se desenvolvendo bem. já que as chuvas dos últimos dias têm ajudado. A semeadura de milho na região é a que está mais à frente no estado: já chega a 19,5%. e certos detalhes no plantio podem ajudar quem tá nessa fase.

“Será que estou usando um disco com uma singulação boa? Hoje, no mercado, temos discos de 99.6% de singulação, que dá muito menos sementes duplas e menos falhas”, afirma Diego Lopes, coordenador de marketing do grupo AGCO.

Além de discutir assuntos como a carga de impostos e o quanto a sucessão soja/milho é rentável, a passagem da Caravana Soja Brasil pelo estado trouxe um alerta: o produtor que quiser aplicar os biológicos, ou seja, fungos e bactérias no controle de pragas deve tomar cuidado com a contaminação de outros microrganismos dentro da fazenda.

“Isso pode não render controle nenhum naquele praga, porque pode não ser o microrganismo certo e não matará a praga. O pior, pode estar gerando uma contaminação ambiental, fazendo mal tanto à planta quanto à saúde dos demais microrganismos vivos dali”, alerta Rose Monnerat , pesquisadora da Embrapa.

Para o consultor da Aprosoja, Wanderley Guerra, é preciso medir isso antes de se aplicar. “O produtor precisa saber se de fato está sendo eficiente, aquilo que ele produz na sua fazenda é algo muito importante por isso a Caravana está trazendo essa informação”, conta.

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