Nota técnica terá peso jurídico, diz Neri Geller sobre as áreas de refúgio

Ministro da Agricultura comentou a publicação do documento publicado nesta segunda, dia 20

Fernanda Farias | Campos de Júlio (MT)

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, falou com a reportagem da Expedição Soja Brasil sobre a regulamentação do refúgio para tecnologias Bt. Segundo Geller, foi necessário recuar da ideia da publicação de uma portaria sobre o tema porque foi um pedido do setor para que houvesse um consenso na cadeia produtiva. O ministro comentou a publicação do documento em que o Mapa estabelece a necessidade do refúgio. A nota foi publicada nesta segunda, dia 20.

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– Eu prometi baixar a portaria, mas precisei recuar por um apelo do setor. Nós entendemos que precisávamos recuar e vamos publicar a nota técnica. Como é uma decisão dos produtores, nós vamos respeitar. São parâmetros técnicos para existir um entendimento entre sementeiros e produção – explica.

O novo documento terá validade jurídica e permitirá que a cadeia produtiva da soja negocie como o refúgio será estabelecido nesta safra. A definição dos percentuais e características do refúgio deve levar em conta não apenas a sua eficiência no manejo de resistência, mas também a sua aplicabilidade prática pelo agricultor.

– Tivemos várias reuniões. Eu conduzi uma reunião com a CNA, com a Aprosoja. Fazer uma portaria para ter penalidade, nós não estaríamos preparados, mas foi um acordo do setor com o Ministério. Nós vamos apresentar uma nota técnica do Ministério da Agricultura reconhecendo a necessidade do refúgio e orientando com argumentos jurídicos. Isso será feito para que as empresas e os produtores se entendam – afirma Geller.

Segundo a publicação desta segunda, a recomendação técnica para a cultura do milho na safra 2014/2015, para todas as tecnologias, foi de 10% da área para refúgio, no mínimo. Para a soja recomenda-se atualmente uma área de refúgio de, no mínimo, 20%. No que se refere à cultura do algodão, a recomendação das empresas ainda não foi padronizada, mas a mais adequada para a cultura, segundo Grupo Técnico-Científico sobre Manejo de Resistência de Insetos-Praga a proteínas Bt (GTMR), seria de 20% de área de refúgio, com aplicação de inseticidas na área quando o índice de infestação atingir 25%.

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