Nova erva daninha eleva em 7 vezes o gasto com controle

Invasora gigante já foi encontrada em Mato Grosso e clima favorece sua propagação

Um velho problema promete elevar as perdas nos campos de soja do Brasil, as plantas daninhas. Atualmente elas são responsáveis por até 20% dos prejuízos na safra e, ao que tudo indica, novas invasoras podem trazer ainda mais dor de cabeça aos agricultores.

Uma delas já é bem conhecida, a buva, que está presente em 55% das lavouras do país e segundo o pesquisador em herbologia do instituto Phytus, Rafael Pedroso, pode se tornar um problema sério, já que a planta se mostrou resistente ao principal herbicida usado no campo, o glifosato. “Já faz alguns anos que descobriram isso. Principalmente em lavouras transgênicas de soja, onde você usaria esse herbicida como base fundamental, por ser barato. Sem ele perde-se uma boa ferramenta de controle”, conta Rafael Pedroso.

O problema maior ainda acabou de chegar aos campos de Mato Grosso e é conhecido como caruru gigante. No momento ele é uma das daninhas mais discutidas pelo enorme potencial de se espalhar, disseminar e virar uma planta endêmica. Essa erva pode chegar a três metros de altura e tende a produzir 1,5 milhão de sementes por planta.

Segundo Pedroso, essa daninha elevou em sete vezes os custos para controle nos Estados Unidos, onde foi considerada a pior daninha já combatida. “Provavelmente ela vai se mover por rios, maquinários ou pássaros. O perfil do clima brasileiro é muito bom para o crescimento dessa planta e isso é um enorme problema”, garantiu o pesquisador.

As perdas médias anuais causadas por estas invasoras variam de 15% a 20% da produtividade, alerta Pedroso. “Impossível baixar esse valor a zero. O produtor teria que usar tanto herbicida por semana que inviabilizaria o negócio”, finalizou.