Para Conab, o Rio grande do Sul compensará as perdas da soja do Paraná

Enquanto um estado deve registrar perdas de 10% na temporada atual, o outro tem a perspectiva de colher 9% a mais. Aprosoja tem números bem diferentes, confira!

Daniel Popov, de São Paulo
Em seu novo levantamento, a Companhia Nacional de Abastecimento revisou para baixo a estimativa de produção de soja do país. Agora a expectativa é que o Brasil colha 115,3 milhões de toneladas, contra as 118,8 milhões do relatório anterior e os 119,2 milhões de toneladas da safra passada. Para surpresa de todos a entidade acredita que a região Sul terá uma redução de 4,1% apenas, isso porque considera que o Paraná terá perdas fortes, mas o Rio Grande do Sul compensará com grande produção.

A Conab acredita que o Paraná irá produzir 10% menos soja nesta safra do que a anterior, ou seja, 17,2 milhões de toneladas, ante as 19,1 milhões de toneladas da temporada 2018/2019. No relatório de janeiro a entidade acreditava que o estado nem teria perdas e produziria a mesma quantidade do ano passado.

Segundo a Conab, em razão da forte estiagem, aliada a altas temperaturas, observadas particularmente na região oeste do Paraná, está prevista a ocorrência de perdas na produtividade da oleaginosa, principalmente para aquelas lavouras semeadas mais cedo, atingidas pelas adversidades climáticas no estádio de enchimento de grãos, a fase mais suscetível. “Para algumas lavouras os danos serão irreversíveis, mesmo se as chuvas normalizarem, uma vez que a ocorrência das condições climáticas adversas, particularmente na parte oeste do estado, coincidem com o fato da maior parte das lavouras estarem nos estádios de floração e frutificação”, diz a entidade.

No sentido contrário vem o Rio Grande do Sul, que para a Conab irá produzir 18,6 milhões de toneladas, ou seja, 9% a mais que as 17,1 milhões de toneladas da safra passada, mantendo a perspectiva do relatório de janeiro.

Por lá, a semeadura se encontra praticamente encerrada, alcançando 98% do total previsto para esta safra. Restam apenas algumas áreas que serão cultivadas na “safrinha”, com semeadura no início de janeiro em áreas que atualmente estão sendo cultivadas com milho (grão ou silagem) ou fumo. O estádio de desenvolvimento predominante é o vegetativo, 98,8% do total, seguido de floração em 1% e germinação em 0,2% das áreas. “A área cultivada foi mantida igual ao levantamento anterior, 5.777,5 mil hectares, cerca de 1,5% superior à safra passada. A produtividade neste levantamento também foi mantida idêntica ao levantamento anterior, apesar dos problemas no estabelecimento de parte das lavouras, já que a cultura está no início do ciclo, ficando em 3.235 kg/ ha, 7,4% acima da safra anterior.”

Opinião diferente

O curioso é que a entidade não considera perdas no Rio Grande do Sul, mas a Aprosoja Local estima que o estado deve produzir 17,6 milhões de toneladas, ou seja, elevação de apenas 3% na comparação com o ano passado. No Paraná a perspectiva da entidade é de colher apenas 13,7 milhões de toneladas, 28,2% menor que as 19,1 milhões da safra anterior.

Consultoria também fez previsão

A consultoria Safras & Mercado também revisou antes da Conab suas estimativas, mas os dados são parecidos, ou seja, o RS irá produzir 18,3 milhões de toneladas e o Paraná algo em torno de 17,3 milhões de toneladas.

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