Preço da soja fecha com forte queda, após semana maluca e reviravolta em 30 minutos

Cotação da oleaginosa varia bastante, afasta negociadores e fecha a semana em campo negativo. Destaque curioso aconteceu na Bolsa, na quinta-feira, e mudou rumo do mercado

Daniel Popov, de São Paulo
Após fechar a última quinta-feira com alta de 1%, as cotações da soja abriram esta sexta-feira (4) com forte queda, em uma movimentação conhecida como embolsar lucros, ou seja, os compradores vendem suas posições que estavam elevadas e os preços caem.

O contrato de referência, julho 18 abriu o dia a US$ 10,38 por bushel e logo atingiu a mínima de US$ 10,28 por bushel. Antes do intervalo o mercado trabalhava com queda de quase 1% em todas as cotações. Após a pausa, o movimento de queda ficou mais intenso e todas as posições passaram a operar com quedas superiores a 1,2%.

Segundo a consultoria Safras e Mercado, o encontro entre autoridades chinesas e americanas segue no foco do mercado. A possibilidade de que um acordo seja definido nesta sexta-feira é remota. Na avaliação do mercado, o máximo que pode ser anunciado é um pacote de medidas de curto prazo por parte da China, que adiaria a adoção de tarifas americanas, que envolveriam US$ 50 bilhões em exportações do país asiático.

Ao final do dia o contrato julho 2018 fechou em US$ 10,27 por bushel, queda de 1,53%. O vencimento agosto 18 registrou queda de 1,56%, cotado a US$ 10,36 por bushel.

Reviravolta em 30 minutos

Na última quinta-feira, dia 3, o mercado da soja acompanhou uma virada nos preços digna daquelas vistas em grandes finais do futebol. Durante todo o dia as cotações da oleaginosa operaram no território negativo, dando a entender que o mercado não teria um bom resultado. Durante toda a sessão, o mercado foi pressionado pela expectativa de enfraquecimento da demanda chinesa pela soja dos Estados Unidos.

Entretanto, nos últimos 30 minutos antes de fechar o pregão, a situação mudou de figura completamente, impulsionado por compras por parte de fundos e especuladores. Naquele momento, os preços passaram de uma perda de 1% para uma alta no mesmo patamar e assim fecharam o dia.

Com isso, os contratos da soja em grão com entrega em julho fecharam com alta de 10,25 centavos de dólar (0,98%), a US$ 10,53 por bushel. A posição agosto teve cotação de US$ 10,56 por bushel, ganho de 10,50 centavos de dólar, ou 1%.

Semana maluca

O mercado brasileiro de soja teve uma semana de altos e baixos e de poucos negócios. Tanto a Bolsa de Chicago, quanto o dólar apresentaram muita volatilidade ao longo do período, fazendo com que os agentes adotassem uma postura mais retraída. O feriado de terça no Brasil também prejudicou a movimentação.

Entre os dias 26 de abril e 4 de maio, a saca de 60 quilos recuou de R$ 82,50 para R$ 81,50 em Passo Fundo (RS). No mesmo período, a cotação subiu de R$ 80,00 para R$ 80,50 em Cascavel (PR). Em Paranaguá, o preço avançou de R$ 80,00 para R$ 80,50.

Em Rondonópolis (MT), o preço passou de R$ 76,00 para R$ 77,00. Em Dourados (MS), a cotação avançou de R$ 75,00 para R$ 77,00. Em Rio Verde (GO), a saca seguiu estabilizada em R$ 77,00.

As cotações domésticas só não foram mais impactadas devido ao câmbio, que apesar das oscilações teve um balanço positivo na semana. A moeda americana apresentou valorização de 1,96%, passando de R$ 3,463 no dia 27 de abril para R$ 3,531 no fechamento do dia 3.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em julho registraram desvalorização de 0,33% no período, encerrando a quinta, 3, a US$ 10,53  por bushel.

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