Produtores de Nova Mutum (MT) já sentem os impactos da paralisação dos caminhoneiros

Preocupação na região é com a falta de diesel para a colheita e a necessidade de escoar rapidamente o grão, a fim de evitar perdas na produção

Luciano Teixeira | Nova Mutum (MT)

A paralisação dos caminhoneiros afeta e preocupa os produtores de Mato Grosso. Em alguns municípios começam a falta óleo diesel para colheita da safra. O atraso pode prejudicar a produção no Estado, já que não há espaço para armazenagem e as chuvas começam a aparecer, o que pode causar perda de grãos.

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No principal produtor de soja do país. Há, pelo menos, nove pontos de bloqueio dos caminhoneiros na BR-163, principal rota de escoamento agrícola de Mato Grosso. Em Nova Mutum, norte do Estado, há cerca de 15 km de congestionamento na rodovia.

No município que possui o 4º maior PIB agrícolas do país, 30% da safra já foi colhida, mas o restante está ameaçado. Isso porque chove bastante na região nos últimos dias e a maioria dos produtores não tem silos para armazenar desse grão colhido.

Nova Mutum também começa a sentir falta de gêneros alimentícios básicos, o comércio da cidade alega ter estoque para apenas três dias. Depois disso o abastecimento está bastante ameaçado. O combustível deve durar mais dois dias, o que vai prejudicar a colheita, já quase não há diesel na região.

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O presidente do Sindicato Rural, Luís Carlos Gonçalves, já fala em safra ameaçada no município. Segundo ele, além da falta de combustível e as chuvas, muitos caminhões não conseguem sair das propriedades. Gonçalves diz que os agricultores apoiam os caminhoneiros, mas pede um meio termo, para garantir que a produção da oleaginosa não seja perdida.

– Estamos no período crucial, que é a colheita. Nós apoiamos as reivindicações deles, porque um depende do outro. Temos que ter um cuidado muito grande porque não temos onde colocar nossa produção. Os contratos precisam ser cumpridos. A preocupação é grande. Todo mundo vai ter prejuízo com isso – ressalta.

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