Sabia que a soja também tem um preço mínimo? E ele não cobre nem os custos

Mesmo com o reajuste, valor ainda está muito abaixo do quanto se precisa para produzir uma saca. Em Goiás, por exemplo, teria que ser o dobro

Daniel Popov, de São Paulo
O governo federal reajustou os preços mínimos para as culturas de verão, regionais e para sementes. O reajuste médio foi de 6,5% para as culturas de verão, com variação entre 1,09% e 26,96%. A soja, por mais estranho que pareça, também tem um valor mínimo no qual o governo se encarrega de ressarcir a diferença, caso os preços fiquem abaixo disso. O problema, neste caso, é que seria preciso um desastre inimaginável para o preço da oleaginosa chegar a tal patamar.

A soja registrou um aumento de 2,36% no valor mínimo, saltando de R$ 36,84 por saca de 60 quilos, na safra 2017/2018, para R$ 37,71 por saca, na safra que irá começar. Mas, será que este valor, caso uma tragédia acontecesse seria capaz de cobrir os custos da cultura?

A resposta, óbvia, é que não. Segundo o relatório de maio do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo de uma saca no estado está em torno de R$ 59,70 (58% maior que o mínimo), para a soja transgênica e R$ 66,72 (66% maior que o mínimo) para a convencional.

No Paraná, o custo por saca de 60 quilos está em torno de R$ 55,41, segundo levantamento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral).

Em Goiás, o relatório divulgado pela Aprosoja apurou que o custo total para se produzir uma saca da oleaginosa transgênica é de R$ 69,63. Já a soja convencional está ainda mais cara, em torno de R$ 76,33 por saca.

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