Durante o evento em Cascavel, a Embrapa explicará o mapeamento de riscos agropecuários que geram tamanha perda e os desafios para a safra 2016/2017
Daniel Popov, de São Paulo
O Brasil perde anualmente, em média, mais de R$ 11 bilhões devido a riscos agropecuários extremos como eventos climáticos, problemas com sanidade animal e vegetal, gestão de propriedade, crédito e comercialização, logística entre outros, segundo estudo realizado pela Embrapa em parceria com o Ministério da Agricultura (MAPA) e o Banco Mundial. Este será, inclusive, um dos temas que serão debatidos no painel “La Niña e mercado – Influencias do clima e da economia na safra 2016/2017”, que começa às 9:30 horas, no 1º Fórum do Projeto Soja Brasil deste ano, que acontece em Cascavel (PR), no dia 28 de julho.
O responsável por apresentar o painel será o pesquisador Pedro Abel Vieira, do Projeto Avaliação de Riscos Agropecuários da Embrapa, que reiterou que as estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla do inglês Food and Agriculture Organization) de que o Brasil dobrará sua produção agrícola em 20 anos se tornando o maior produtor mundial de alimentos só será possível se os gargalos bilionários forem resolvidos. “Sem resolver estes problemas e reduzir as perdas não chegaremos lá”, garante Vieira. “O Brasil tem uma grande oportunidade, mas precisa fazer o dever de casa para chegar lá.”
Notícias Relacionadas
Segundo o levantamento o setor agrícola brasileiro responde por mais de 25% do PIB, 35% dos empregos e 43% das exportações brasileiras, representando uma importante parcela da produção agropecuária global. “Isso mostra a importância deste setor para o Brasil, mas precisamos dar apoio aos agropecuaristas hoje, para garantir o amanhã”, pondera.
Para Vieira, o principal desafio para esta safra que se inicia é garantir a renda do produtor, já que o ano promete instabilidade econômica. “Falta previsão no campo econômico e financeiro. Nós entramos em uma safra com o dólar a R$ 4,2, o agricultor comprou insumos a R$ 4 e estamos saindo da safra com o dólar na faixa de R$ 3,5, essa diferença terá um impacto significativo na renda do produtor que não tem como controlar essas políticas macroeconômicas”, conta o pesquisador.
Essa falta de previsibilidade não se dá apenas no campo econômico, mas também na área produtiva, com o clima. Segundo o levantamento, o Brasil já tem alguma preparação para estes riscos climáticos, com parcerias com empresas que fornecem previsões, por exemplo. “Falta previsibilidade para quase tudo no setor produtivo, até mesmo na parte do seguro rural, no qual o Brasil já é uma referencia”, finaliza Vieira.
O evento, que será realizado na sede da Sociedade Rural do Oeste do Paraná, localizado na Rodovia BR 277 KM 596, celebrará o Dia do Agricultor e marca o início da quinta temporada do Projeto Soja Brasil. Com realização do Canal Rural e da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja Brasil), o projeto tem objetivo de promover a capacitação dos profissionais do campo de todo o País por meio de cursos e palestras.
O fórum é aberto ao público e as inscrições gratuitas podem ser feitas através do link
