Sem chuva: maior região produtora de soja da Bahia deve ter perdas de 20%

Município chega a registrar quase 40 dias sem chuvas. Previsão do tempo mostra que precipitações retornam neste fim de semana, mas com pouco volume

A região oeste da Bahia, maior produtora de soja do estado, vive momentos de incertezas. Isso porque, a falta de chuvas têm atrapalhado o desenvolvimento das plantas. Um levantamento da Aprosoja Bahia aponta que a safra atual no estado será de 15% a 20% menor que a do ano passado, ou até mais, caso o clima não colabore. Por sua vez, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a colheita do estado não ultrapassará os 5,1 milhões de toneladas, redução de quase 19% ante a temporada anterior.

Para se ter uma ideia do que vem acontecendo ali na região oeste, o município de São Desidério recebeu durante todo o mês de janeiro apenas 43 milímetros acumulados, e isso praticamente em um único dia, quase no fim do mês. Vale ressaltar ainda dois pontos: o primeiro é que região não recebia bons volumes de chuvas desde o dia 10 de dezembro;e o segundo que a temperatura média foi de 34ºC.

Segundo o engenheiro agrônomo, Landino Dutkievicz, a região praticamente não recebeu chuvas em janeiro. “Choveu muito pouco, de forma isolada, em algumas áreas. Tem lugares que hoje faz 40 dias que não chove”, relatou ele a Agência Safras.

O presidente da Aprosoja Bahia, Alan Juliani, ressaltou que assim como em outros estados a Bahia também plantou um pouco mais cedo, aproveitando a chegada antecipada das chuvas, mas em dezembro e janeiro faltou água e algumas lavouras devem ter problemas. “As lavouras de soja já não tinham um potencial igual ao do ciclo passado, que foi um ano excelente. E com essa estiagem a situação pode complicar”, afirma. “Acredito em uma safra de 15% a 20% menor este ano e caso as chuvas não retornem. Mas pelo que vi semana que vem deve ter precipitações volumosas.”

Chuvas voltam

Segundo os mapas da Somar Meteorologia, as chuvas devem retornar para a região de São Desidério já neste fim de semana, com 16 milímetros e os maiores volumes acontecem entre os dias 4 e 6 de fevereiro. Ao todo, o município deve receber quase 300 milímetros acumulados em fevereiro, acima da média histórica de 204 milímetros.

A meteorologia prevê chuvas para a partir do próximo dia 2, se estendendo por 10 ou 15 dias. “Seriam baixos volumes diários, porém fundamentais para uma melhora na condição das lavouras”, disse o engenheiro agrônomo Landino Dutkievicz.

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