Variedades caíram no gosto do produtor mineiro porque uma diminui o número de aplicações de defensivos, enquanto a outra possibilita o plantio da segunda safra
Roberta Silveira | Patos de Minas (MG)
A expectativa das sementeiras de Minas Gerais é que sejam produzidas mais sementes de soja Bt e de variedades precoces no ano que vem. Entre os motivos estão o crescimento da área de soja no Estado, o uso menor de defensivos e a possibilidade de fazer o milho de segunda safra.
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Na safra 2014/2015, 25% das sementes utilizadas foram de soja precoce. Para o ciclo 2015/2016, este percentual pode chegar a 60% de soja com a soja que se desenvolve em até 110 dias. Neste ano, 15% das sementes foram de soja Bt ou Intacta, que é a variedade resistente às lagartas. Em 2015, este tipo de semente deve representar 65% do que é comercializado.
– O produtor está vendo que a soja precoce tem uma oportunidade dele fazer uma safrinha de milho depois. Então ele vai ter lucro nas duas safras. Aqui não era costumeiro fazer safrinha – explica o técnico agrícola Eustáquio Bernardes, da sementeira Riber KWS, localizada em Patos de Minas.
O gerente comercial da empresa, José Benevides Romano, ressalta que a soja Intacta tem conseguido uma boa aceitação por partes dos produtores, apesar de custar, em média, 30% mais caro que outras sementes. Romano reforça a estimativa de que a utilização da soja Bt deve crescer muito nos próximos anos.
– Se você tem uma variedade de soja que te propicia um menos uso de defensivo, você gasta menos água. Você tem menos consumo de óleo diesel, você tem menos emissão de gases. No complexo todo, a gente percebe que é vantajoso e veio para ficar – comenta o gerente comercial.
Percevejo também preocupa
Percorrendo Minas Gerais, a Equipe 2 da Expedição Soja Brasil encontrou áreas com grande quantidade de lagartas. No caso da produção de sementes, o percevejo é uma praga ainda mais preocupante nesta safra.
– No ano passado, a pressão de percevejo foi alta, principalmente na soja tardia, que tem migração. Conforme você vai fazer a colheita da soja precoce, tem migração dos percevejos para as tardias. Este ano, o controle de percevejo já iniciou, com dessecação das áreas. Estamos fazendo um monitoramento rigoroso em cima destas pragas – afirma a engenheira agrônoma Marcella Martins Ribeiro.
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