Setor está preocupado com a rentabilidade do sojicultor brasileiro

Previsão é que a safra de soja chegue a 109 milhões de toneladas, bem acima das perspectivas iniciais. Já os preços seguem ladeira abaixo

Muitos acreditam que o desejo do produtor rural é apenas produzir mais a cada safra. Seria. Se junto com isso viesse um ganho de rentabilidade. Entretanto, apesar do aumento do consumo mundial por alimentos, os preços não vêm acompanhando esta tendência e os valores atuais não pagam nem os custos.

É quase um consenso no setor agrícola brasileiro que o clima desta temporada 2016/2017 foi bastante favorável para o cultivo da soja. Problemas sempre acontecem como a falta de água no inicio da semeadura em parte do Nordeste, granizo na fase de desenvolvimento no Sul e excesso de chuvas na colheita do Centro-Oeste. “Olha, o principal aspecto dessa safra é que o produtor de soja do Brasil, do leste ao oeste, está vivenciando condições únicas de clima. Dificilmente, na história recente, tivemos uma safra onde o clima foi tão favorável para produção”, garante o analista de mercado da Céleres, Anderson Galvão.

CAPA FB

Este clima favorável fez com que as estimativas iniciais das consultorias de mercado saltassem de uma produção de 103 milhões de toneladas, para quase 109 milhões de toneladas. “Produzir mais deveria significar mais renda ao produtor. Mas, isso traz uma pressão de baixa sobre os preços. Hoje o Brasil está com um volume de produção muito grande, e tem que movimentar este volume, os fretes acabaram subindo também pelos problemas com relação ao escoamento da produção. Isso acaba descontando no preço ao produtor”, explica Galvão.

As associações também estão preocupadas, pois apesar de parecer que uma safra deste tamanho é só alegria, isso esconde o perigo da baixa rentabilidade. “O que nós podemos dizer nesse momento é que certamente a produtividade média do país será de 2, 3 ou 4 sacas a mais do que foi na melhor safra brasileira. Mas, isso não significa que o setor está ganhando mais.”, afirma Marcos da Rosa, presidente da Aprosoja Brasil. “Precisamos encontrar meios de negociar esta soja, pois estes preços não estão favorecendo.”

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