Soja: estiagem causa problemas de germinação

A falta de chuvas logo após o plantio da oleaginosa, aliado a baixa umidade do solo, traz problemas para as sementes

Em Mato Grosso, o plantio da soja segue em ritmo acelerado. Entretanto, uma parte dos produtores do estado está preocupada com a possibilidade de uma forte estiagem nas próximas semanas. A falta de chuvas neste estágio, aliado a baixa umidade do solo, traz problemas de germinação nas sementes, garante a Embrapa.

Muitos municípios de Mato Grosso iniciaram a safra já sabendo do problema de baixa umidade no solo. Segundo a Embrapa, este fator aliado à falta de chuvas nos primeiros 5 a 10 dias de semeadura, interfere diretamente no sistema radicular da planta, que pode ser interrompido e assim prejudicando o desenvolvimento da semente. “Tendo boas condições de plantio, com umidade do solo a semente aguenta até dez dias sem receber chuvas”, conta Cláudio Luiz Ducatti, pesquisador da Embrapa. “Isto pode diminuir o “stand” da cultura e provocar queda de produtividade.

Além da atenção a umidade do solo e ao clima, Ducatti afirma que o tratamento de sementes também é uma boa possibilidade para evitar problemas com germinações. .”O produtor precisa ficar atento as condições de plantio e principalmente se essas condições vão permanecer por mais tempo para que a planta possa se estabelecer bem na lavoura”, garante ele.

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No município de Paranatinga, o índice pluviométrico está em torno de 1,8 mil milímetros, considerado bom. Entretanto, em algumas regiões choveu apenas 900 milímetros e os produtores foram orientados pelo Sindicato Rural a esperar a normalização das chuvas. “Este volume é a metade do normal para o período. Estamos orientando os produtores a fazer uma boa análise para que não ocorra tantos problemas como no ano passado”, diz Thomas Paschoal Alves, presidente do Sindicato Rural de Paranatinga.

Os problemas com germinação relatados por Alves fizeram com que o município que plantou 250 mil hectares na safra 2015/2016 registrasse uma redução de 20% na produtividade. “A produtividade média foi de 43 sacas por hectare, 20% a menos em comparação com a média histórica do município”, frisou ele.

Na mesma época, o sojicultor Guilherme Fernando Techio, ignorou as condições climáticas adversas e resolveu iniciar o plantio de seus 850 hectares. O resultado foi uma perda de 20% na produtividade final. “O clima começou bem diferente da safra passada, já temos alguma umidade no solo. Daqui para frente sabemos que é complicado, as previsões para o clima não são as melhores, mas temos fé de que vai dar tudo certo”, finalizou Techio.

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