Produtor paranaense se assustou ao verificar que sua lavoura tinha quase 1,5 metro de altura. Clima deve ser o responsável
Roberta Silveira, de Londrina (PR)
Você já viu um pé de soja de com quase um metro e meio de altura?. Pois é, em Londrina, no Paraná, existe uma lavoura onde as plantas cresceram demais. Só que tamanho não é documento e a produtividade deve ser menor que a do ano passado.
Nas lavouras de Wilson Mouro, em Londrina (PR) o que chama a atenção é a altura das plantas de soja, que são bem maiores do que de costume. Os pés têm até um 1,30 metro de altura, bem mais alto do que a planta normal que não passa de um metro de altura. O produtor diz que a planta ficou com a “canela comprida”, ou seja, com o caule maior. E até a regulagem da colheitadeira teve que ser alterada.
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“Este ano eu falei que podia colher que nem o milho. Com 20 centímetros do chão. Não vai nem pegar uma pedra este ano na roça. E não precisa nem baixar a plataforma”, conta Mouro.
O crescimento da planta pode ter sido causado pelo clima. Em Londrina, no norte do Paraná, choveu muito entre o final de 2017 e o começo de 2018. Somente em janeiro, o volume de chuva foi de 346 milímetros no município, quase 50% acima da média do mês.
“Isso elevou a umidade. A planta teve capacidade de se desenvolver, só que acabou ficando com raízes superficiais. Não tem uma raiz profunda. Com este excesso de umidade, como a planta cresceu e não conseguiu ter aeração no solo, na hora que começou a entrar na fase reprodutiva, teve muitas perdas por vagem. Então começou a querer secar a vagem no pé”, explica o engenheiro agrônomo Guilherme dos Santos Rodrigues de Oliveira.
O produtor mostra os pés com as raízes pequenas. Ele também conta as vagens que murcharam e resultaram em perda de produção. Muitas delas estão com problema na formação dos grãos também.
“Muitas vagens com um ou dois grãos. Perde-se aqui no tronco 20 centímetros e a metade do pé com dois caroços, é até difícil para gente calcular o quanto que vai dar”, diz Mouro.
O produtor semeou 120 hectares este ano. Na safra passada, ele conseguiu produtividade de 62 sacas de soja por hectare, mas neste ciclo, a expectativa é de produção menor. O agrônomo estima a perdas, inclusive. “As plantas estão apresentando grãos ruins. Acredito em uma perda considerável de até 15%”, diz Oliveira.
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