Soja: ocorrências de ferrugem asiática diminuem no país

Segundo a pesquisadora da Embrapa Soja Cláudia Godoy, de fato o clima está limitando o avanço da doença, mas alerta para que o produtor não mude o intervalo das aplicações

Daniel Popov, de São Paulo
Não é uma tendência e muito menos é possível recomendar que os produtores de soja do país possam ficar tranquilos quanto a incidência da doença, mas os casos registrados de ferrugem asiática diminuíram na última semana. Do dia 11 de janeiro até esta segunda, 21, o país passou de 175 ocorrências confirmadas para 188 casos, alta de 7,4%. Até então o menor avanço em uma semana nesta safra 2018/2019 era de 12%.

A safra de soja começou com uma preocupação constante: a cada semana o número de casos de ferrugem asiática aumentavam rapidamente. Em outubro o país já registrava seus primeiros focos, fato que não acontecia desde a temporada 2012/2013. Em novembro, de uma semana para outra, os técnicos no campo chegaram a reportar um aumento de 109%.

Os percentuais atuais são os menores verificados nos últimos anos para esta época do ano. Nas temporadas 2013/2014 e na 2014/2015, que os números de casos eram parecidos com os deste ano (na casa de 188 casos), as elevações ante a semana anterior era de 50% e 37%, respectivamente, muito acima dos atuais 7,4%.

Por enquanto, o Paraná segue como o estado que mais registrou casos da doença, 52. Depois vem o Rio Grande do Sul com 48, Mato Grosso do Sul com 24, Mato Grosso com 19 e Goiás com 13. O restante é dividido entre São Paulo (7), Maranhão (2), Minas Gerais (8), Rondônia (6), Santa Catarina (8) e Tocantins (1).

Segundo a pesquisadora da Embrapa Soja Cláudia Godoy, o clima seco de algumas regiões pode de fato estar limitando o avanço da doença, além é claro, de que a colheita já começou e parte das lavouras já está em fase final. “Notamos também uma diminuição da pressão da doença, mas ela está atrelada a questão do clima mais seco e do momento da cultura. No começo tivemos muita incidência porque as lavouras foram implantadas bastante cedo. Agora é preciso ficar atento com as lavouras em estádios reprodutivos”, diz Cláudia.

Entretanto, a pesquisadora destaca que os produtores não devem afrouxar os cuidados agora, muito menos por acharem que a doença não irá trazer problemas. “Já ouvimos relatos de produtores dando um espaçamento maior entre as aplicações de fungicidas, mas recomendamos manter o planejamento e fazer o necessário, evitando futuros transtornos”, afirma.

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