Valores atuais estão mais atrativos do que os registrados em 2016, quando o Brasil enfrentou uma das piores quebras de safra de sua história. Com isso, as negociações começam a melhorar
Daniel Popov, de São Paulo
Há pelo menos dois anos o preço da soja não atingia R$ 90 no porto de Paranaguá (PR), como aconteceu nesta terça-feira, dia 17. E não é só ali que os valores registrados atingiram patamares elevados, já que média nacional também é a maior neste período, ficando em R$ 82 por saca no acumulado de julho. Esta valorização também está fazendo com que as negociações se intensifiquem, apesar do impasse sobre os fretes.
A última vez que um valor parecido com o desta terça foi visto no porto de Paranaguá foi em meados de junho de 2016. Naquela época, devido a uma forte quebra de safra, a média de preços do mês foi bastante elevada, em torno de R$ 95,7 por saca. Depois disso os valores recuaram tanto, que em determinado momento registraram um valor de R$ 64,5 por saca, em abril de 2017.
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“A diferença é que este ano a colheita foi farta e ainda há bastante soja para vender no mercado. Ou seja, há oportunidades boas de negócios no país para a soja”, diz Luiz Fernando Gutierrez, analista da Safras & Mercado.
A média dos preços no porto de Paranaguá cresceu quase 5% do mês passado para este, passou de R$ 84,6, para pouco mais de R$ 88,4 por saca. Já a média das principais regiões consultadas (Rondonópolis, Paranaguá, Passo Fundo, Santos, Cascavel, Dourados, Rio Verde), ficou em R$ 82 por saca, contra os R$ 78 de junho.
O ritmo dos negócios no Brasil está melhorando, mesmo com a indefinição sobre a tabela de fretes, afirma Gutierrez. “A comercialização está aumentando aos poucos, na semana passada já movimentou melhor. Uma das saídas encontradas para driblar o impasse é negociar o frete paralelamente”, diz o analista. “Para o produtor esse preço é bastante remunerador.”
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