Soja: prêmio no porto sobe 190% e pode se elevar mais, diz consultoria

Impacto causado pela guerra comercial entre China e EUA pode fazer a remuneração adicional sobre o grão crescer ainda mais, caso as ameaças das duas potências se cumpram. Veja a análise completa

Daniel Popov, de São Paulo
A semana começou tensa para a soja na Bolsa de Chicago. Com a iminência de cumprimento de os Estados Unidos taxarem a China e esta, por sua vez, retaliar os americanos, as cotações da oleaginosa despencaram abaixo dos US$ 9 por bushel. Para o Brasil, que não está no embate, o reflexo pode ser positivo, aposta o mercado. Por enquanto, o que se vê é uma grande valorização nos prêmios pagos pelo grão nos portos, em torno de 190% em um mês.

Segundo o analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez, o mercado esperava que esse embate se resolvesse de outra maneira, entretanto as novas ameaças de tarifas anunciadas pelos americanos e, a resposta prometendo retaliação dos chineses, que pode incluir a soja, derrubou o mercado.

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“É natural que quando o preço cai em Chicago, o prêmio suba aqui no Brasil. Mas, essa alta está maior devido estas ameaças. Só lembrando que a taxação não foi imposta ainda, mas ela se torna iminente e pode acontecer a partir do dia 6 de julho”, conta.

Segundo o analista, o prêmio no Porto de Paranaguá (PR) subiu 190% no último mês, passando de US$ 55 centavos por bushel no dia 21 de maio, para pouco mais de US$ 160 centavos por bushel neste momento. Só que a elevação mais aguda aconteceu nos últimos dias, já que o valor saltou de US$ 75 centavos por bushel no dia 14 de junho, para os atuais.

“Tende a subir mais, pois os chineses buscarão no Brasil o produto, afinal é o único país que consegue oferecer bons volumes de soja neste momento”, diz Gutierrez.

Para o analista o prêmio poderá chegar em breve aos US$ 200 centavos por bushel e, depois da taxação, ainda mais. “Tudo depende do tamanho da taxação sobre a soja americana. Em uma conta rápida, se zerar o prêmio que chega a US$ 40 centavos por bushel nos Estados Unidos e juntar com a taxa, no Brasil o prêmio poderia chegar a US$ 270 por bushel”, conta o analista.

Para o analista Tarso Veloso o produtor deve ficar atento não só ao prêmio, mas também ao câmbio, pois ambos podem trazer bons resultados na comercialização. Assista abaixo o comentário na íntegra dado com exclusividade ao Jornal Mercado & Companhia:

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