Sojicultor de Goiás prevê colher uma média de 80 sacas por hectare

Produtor de soja recorre a um manejo diferenciado e irrigação para conseguir um resultado muito acima da média do estado, que é de 52 sacas

André Anelli, de Cristalina (GO)
Em Goiás a expectativa da safra de soja é boa, já que é uma tradição no estado a aplicação de irrigação nas lavouras. Mas, não é só a água na medida certa que garante uma produtividade maior, a integração lavoura-pecuária também tem um papel importante nessa conta.

Ao chegar a propriedade de Leandro Sato, em Cristalina (GO), uma cena chama a atenção, um pivô para irrigação da pastagem do gado. A cena incomum, nada mais é do que uma prática de integração lavoura e pecuária, adotada há algum tempo na fazenda. Quando o solo começa a apresentar sinais de desgaste, por conta da agricultura, o gado e a braquiária entram em ação para recuperar os nutrientes da terra.

“A ideia é que a gente entre com a forrageira quando o solo apresente alguns problemas de compactação, infiltração e doenças de solo. Tudo isso começa a influenciar negativamente na produtividade dos cereais, que é a nossa principal atividade aqui”, diz Sato.

A prática, aliada à rotação de culturas, faz com que a expectativa de produtividade nas áreas irrigadas ultrapasse as 80 sacas por hectare. “O clima favoreceu este ano. Os tratos culturais contra doenças de solo e pragas, não foi tão exigido. Isso tem contribuído para essa expectativa de produção, além do trabalho de construção de perfil de solo que a gente vem fazendo aqui”, diz o produtor.

Graças a propriedades como a de Sato, a produção de grãos nesta safra deve ser a segunda maior da história no Brasil. Estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que o país pode chegar a mais de 225 milhões de toneladas de grãos, ficando atrás apenas da safra passada.

O presidente do Sindicato Rural de Cristalina, Alécio Maróstica, diz que o atraso para o início do plantio em Goiás prejudicou os produtores. Mas, a regularização do clima, nos últimos meses, é um dos fatores que ajudam a recuperar as perdas e, pelo menos igualar a média de produtividade estadual, em torno de 56 sacas.

“A tecnologia que o produtor vem implementando, como a rotação de cultura, fazer cobertura do solo, e todos esses fatores fazem com que a produtividade comece a aparecer. Nós, no ano passado, tivemos uma produtividade que girou em torno de 52 sacas em média por hectare e, esse ano, estamos esperando em torno de 56 sacas por hectare”, finaliza Maróstica.

Veja mais notícias sobre soja