Vazio sanitário da soja é ampliado para 137 dias em Mato Grosso

Medida passa a valer a partir de 1º de setembro para safra 2015/2016

O vazio sanitário da soja em Mato Grosso foi ampliado de 90 para 137 dias. Uma portaria conjunta do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea/MT) e da Secretaria de Agricultura do Estado (Sedraf) definiu a data de início em primeiro de maio e a data final em 15 de setembro. A decisão terá validade a partir da safra 2015/2016.

Durante todo este período não será permitida a presença de plantas vivas de soja em áreas sob sistema de irrigação, de cultivo tradicional ou qualquer outra forma. As exceções são indicadas na Instrução Normativa publicada na edição do Diário Oficial do Estado, desta quarta, dia 22. O documento trata das medidas fitossanitárias para prevenção e controle da ferrugem asiática da soja no Estado de Mato Grosso.

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Aprosoja-MT discorda de novo período de vazio sanitário

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) divulgou nota, na qual discorda da nova data para a proibição do plantio de soja no Estado. O presidente da Associação, Ricardo Tomczyk, acredita que o ideal seria aumentar o fim do período para 30 de setembro para que diminua a janela do plantio, sem alterar a data de início.

– A soja colhida antecipadamente acaba disseminando inóculos da ferrugem asiática para outras lavouras, quando não controlado corretamente – explica.

Tomczyk reforça que a discussão está focada em uma pequena área de plantio de soja safrinha, que representa menos de 2% do total cultivado em Mato Grosso.

– Estamos discutindo a eficiência de fungicidas e o impacto nas lavouras, mas os órgãos competentes tentam resolver um pequeno problema e deixam de fora 98% da área de soja do Estado – destaca.

A Aprosoja-MT entende que há problemas técnicos no manejo da safrinha de soja, mas ressalta que este período de vazio sanitário irá impactar fortemente no mercado de sementes.

– Na safrinha há a produção de sementes salvas e isso é uma forma de regular o mercado, fato importante para o produtor – diz Tomczyk.

Conforme a nota, além da preocupação com a safra de soja, há outros setores que também serão impactados com a medida, a exemplo dos produtores de algodão e girassol.

– A discussão precisa ser reaberta para chegarmos a um consenso – frisa o presidente.

 

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