Brasil já prepara exportação de soja sustentável

China e Europa estão interessadas na soja brasileira, que pode até ganhar um premio no valor da venda

O programa Soja Plus deve fazer seu primeiro embarque de soja sustentável em 2017, contou Ricardo Arioli, consultor de meio ambiente da AprosojaMT, durante o 11º Circuito Aprosoja, que acontece em Cuiabá (MT). O destino deve ser a maior comprador do grão no mundo, a China. O programa criado em parceria pela Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e o Serviço de Aprendizagem Rural (Senar), tem como objetivo fazer com que produtores rurais apliquem boas práticas para o atendimento às legislações trabalhista e ambiental, suprindo assim a demanda mundial por sustentabilidade.

Segundo Arioli, se confirmado, este será o primeiro embarque de soja sustentável no mundo e servirá como impulso para novas parcerias. “Os chineses já estão negociando o envio de um navio de soja plus para eles no ano que vem”, conta Arioli. “Isso é algo inédito no mundo, a China está querendo mudar a visão que o mundo tem dela e mostrar que tem preocupações ambientais na compra de suas matérias primas.”

Ao que parece, a parceria entre Brasil e China já atrai novos participantes. O consultor da Aprosoja comentou também que a Europa planeja assinar um acordo com o Brasil para comprar a soja sustentável. “Dia 20, deste mês, os europeus vem ao Brasil com a mesma ideia, comprar matéria-prima produzida com sustentabilidade”, afirma Arioli.

O que o produtor ganha com isso? Para Arioli, mais compradores virão a exemplo da China e da Europa, além da possibilidade desta soja ser vendida com algum prêmio. “Ainda estamos negociando se conseguiremos algum premio por estes produtos”, diz o consultor da Aprosoja ao lembrar que o programa não emite nenhum certificado ou selo do projeto, por entenderem que o processo para conseguir isso seria burocrático e excludente. “o Soja Plus não é uma certificação, mas sim uma parceria entre nós e os compradores, certificação é algo caro e burocrático para se conseguir”, alerta ele.

Por fim, o executivo comentou que muitos produtores já aderiram ao programa, que é gratuito e de livre participação. “Participa quem quiser. Temos a previsão este ano que 900 propriedades irão aderir ao programa, isso representa mais ou menos 15% de toda a soja produzida no Estado.”, comemora Arioli.

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