Clima no Piauí obriga produtor a trocar de cultura

Dos 700 mil hectares previstos no estado, pelo menos 80 mil não serão mais cultivados com soja

Fernanda Farias | Bom Jesus (PI)

O atraso no plantio da soja no Piauí diminui as chances de uma safra recorde no estado. Com 40 dias sem chuvas, cerca de 80 mil hectares dos 700 mil previstos migraram para outras culturas.

– A nossa expectativa é de romper os dois milhões de toneladas [em produção], o que seria uma marca histórica para o Piauí. Como se reduziu a expectativa de área plantada de 700 mil hectares para 620 mil, a gente espera produzir agora 1,8 milhões de toneladas. Isso vai depender do que vai acontecer daqui para frente – avalia o diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja do estado (Aprosoja-PI), Rafael Maschio.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Bom Jesus, Abel Pieta, muitos produtores acabaram optando pelo milho. No sudoeste do Piauí, a estimativa é que a produção média alcance 50 sacas por hectare.

O produtor Eduardo Dezordi cultiva 1300 hectares de soja no município. Quase 10% da área precisou de replantio. Nos meses que deveria ter chovido, faltou água na região.

– Fevereiro foi praticamente seco. A gente se preocupa agora como vai ser o enchimento dos grãos. O mais preocupante para nós este ano é o clima, o resto a gente dá um jeito. Por enquanto, a parte da soja não está ruim, não. Nós esperamos em torno de 60 sacas por hectare – afirma.

O consultor técnico do Projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann, avaliou as lavouras e está otimista com os resultados. Ele explica que a opção dos produtores por uma semente adaptada à região vai contribuir para uma boa safra.

– São materiais adequados à baixa latitude. Não sofrem com problema de luminosidades, isso dá a soja a possibilidade de desenvolver e expressas o máximo de rendimento – avalia Lantmann.

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