Preço baixo da soja também afeta rentabilidade das revendas de insumos

Em Mato grosso algumas empresas garantem que sem rentabilidade a tendência é fechar as portas. Produtores lamentam a menor concorrência

Pedro Silvestre, de Lucas do Rio Verde (MT)
Assim como o produtor rural, as revendas de insumos agrícolas estão com dificuldades para conseguir melhorar a rentabilidade nesta. A razão é o preço em queda dos grãos. Em Mato Grosso, a redução dos investimentos nas lavouras tem trazido prejuízos para os vendedores de insumos, que pedem ajuda do governo para evitar fechar as portas.

O empresário Lair José Prediger, que tem uma revenda no estado, explica que nos últimos anos a principal negociação era a troca de insumos por grãos, mas os preços em queda das commodities estão afetando drasticamente a rentabilidade. “Fizemos balizamentos do nosso insumo.em determinado preço e os patamares atuais estão extremamentes baixos, afetando diretamente.o nosso negócio. A situação das revendas de um modo geral não está confortável, pois com o produtor indo mal, assim como os preços dos grãos isso reflete diretamente no nosso negócio”, comenta.

Nesta outra revenda que fica localizada em Lucas do Rio Verde, gerente comercial Luiz Eduardo Burlacenco conta que a situação não está diferente. O aumento nos preços dos produtos aliado às variações cambiais acabaram acendendo o sinal de alerta na empresa. Para ele, o setor enfrenta uma crise e precisa urgente de apoio do governo. “Hoje, a revenda absorve todos esses custos a mais, não temos nenhum subsídio voltado para o setor. Acabamos trabalhando com o nosso próprio.dinheiro e o custo é alto. O pagamento recebido é um dinheiro que entra em longo prazo, então qualquer problema que acontecer, influencia nosso resultado final”, diz Burlacenco.

Este problema nas revendas e o possível fechamento de algumas empresas pode trazer dor de cabeça a mais para os produtores: a falta de concorrência no setor, diminuição das opções de negociação e elevação dos preços. “Quando uma revenda está saindo do mercado, isso significa menos concorrência, o que é ruim para nós. Pois isso vai aumentar os custos e não pode acontecer. Então torcemos para que todo mundo vá bem, porque somos uma cadeia e um ajuda o outro. Sem elas, quem vai acabar pagando com isso somos nós produtores”, garante Carlos Alberto Imon, presidente do sindicato Rural de Lucas do Rio Verde.

O produtor Prediger concorda com a opinião do sindicato rural. “Enquanto esta pressão negativa estiver em cima do nosso negócio, o risco infelizmente existirá. Eu não gostaria que isso acontecesse, porque todo mundo está no mercado para somar e principalmente para agregar nesse setor de produção”, finaliza ele.

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