Sojicultores de Paranapanema (SP) apostam na irrigação para boa produtividade

80% da área plantada utiliza pivôs, uso da água é feito por açudes e córregos dentro das propriedades, sem gerar prejuízos à principal represa da região

Ricardo Cunha | Paranapanema (SP)

A estiagem afeta praticamente todas as regiões produtoras do país. Em São Paulo, a falta de chuvas tirou o sono de muitos produtores. Porém, no sudoeste do Estado, há muito otimismo. Tem muito produtor satisfeito com a produção nesta safra, mas o bom resultado foi graças à irrigação.

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Os 120 agricultores associados da Cooperativa Holambra, em Paranapanema estão a todo vapor na colheita da safra 2014/2015. O verão foi um dos mais secos desde que começaram a plantar soja na região há cinco anos. Mesmo assim, eles estão satisfeitos com os resultados que vêm obtendo. O sucesso na produção se deve aos mais de 700 pivôs que irrigam 80% dos 35 mil hectares de soja.

– Estamos conseguindo bons resultados, principalmente nessas áreas secas. Se não tivesse irrigação, teríamos um problema sério – avalia o diretor-presidente da Cooperativa, Simon Veldt.

O período mais crítico para a soja no sudoeste de São Paulo ocorreu em janeiro, quando a estiagem se prolongou por mais de 15 dias e a temperatura ficou em média na casa de 38°C. Para evitar maiores prejuízos foi preciso aumentar em 50% o período de irrigação. Foram necessárias duas irrigações semanais com volumes entre 15 mm e 20 mm.

Se na Represa de Jurimirim, que abastece a região, é possível ver os reflexos do verão mais seco e mais quente, isso não se repete em mais de 300 açudes das propriedades que fazem parte da Cooperativa. A água usada nos pivôs é captada da chuva e dos córregos que passam pelas fazendas. O uso da água da represa é mínimo.

– Diretamente da represa no rio Paranapanema, em torno de 10% dos produtores têm pivôs instalados por lá, mas todos eles possuem licença para uso da água – explica o diretor-presidente.

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O sojicultor Tiago Derks tem nove pivôs e sete açudes para irrigar a soja plantada em 400 hectares. Graças ao sistema de irrigação, o rendimento da lavoura tem sido muito bom.

– A média de produção está sendo perto dos 80 sacos por hectares. Sem irrigação, eu acredito que seria de 60 a 70 sacos por hectares – justifica a escolha pela irrigação.

Os pivôs de irrigação não são novidade na região. Eles foram implantados em 1986. Em média, o custo de implantação do sistema é de R$ 5 mil a R$ 8 mil por hectare. O custo mensal da irrigação equivale ao valor de uma saca de soja.

– A irrigação é um planejamento de médio/ longo prazo, porque não se paga em pouco tempo. A gente pode escalonar diversas culturas: trigo, feijão, milho, soja e algodão. A gente faz um ciclo completo. Todos os meses do ano a gente está plantando e colhendo alguma coisa – comenta Simon Veldt.

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