Saiba as vantagens da sucessão entre soja e trigo

Estados como o Paraná e Santa Catarina têm uma boa opção para melhorar o solo, a adubação e minimizar os efeitos de plantas daninhas, pragas e doenças

Artigo: Áureo Lantmann, consultor técnico do Soja Brasil
Entre os dias 2 e 13 de novembro a expedição do Projeto Soja Brasil visitou os municípios paranaenses de Londrina, São João do Ivai, Campo Mourão, Bandeirantes, Ubiratã, Guarapuava e Palotina. Além de Campo Novos, em Santa Catarina. Durante o percurso um dos assuntos mais discutidos por agricultores, pesquisadores, técnicos, lideranças locais e engenheiros agrônomos, foi sobre os benefícios da sucessão soja-trigo tanto em solos do Paraná como nos de Santa Catarina.

Muitas vezes, o que impede essa sucessão é o preço de venda da produção do trigo, ainda que o Brasil produza menos do que consome. Nesta safra, a expectativa é consumir perto de 12 milhões de toneladas, mas a produção não ultrapassa a casa dos 5,8 milhões de toneladas.

A sucessão soja-trigo, se apresenta como uma grande alternativa, do ponto de vista agronômico. Isto porque, se alterna entre a leguminosa e a gramínea, o que condiciona os solos, melhorando o processo de adubação, além de reduzir a incidência de ervas daninhas, pragas e doenças. Quando se tem uma leguminosa sucedendo leguminosa (soja nas duas safras) ou gramíneas sucedendo gramíneas (trigo e milho), as plantas daninhas, pragas e doenças têm mais chance de sobrevida, e normalmente exigem um controle maior com reflexão no custo de produção.

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Um dos pontos favoráveis a esta sucessão diz respeito aos níveis de fósforo no solo, necessário para que cada cultura expresse seu potencial máximo de rendimento. Para a soja e para o trigo os níveis considerados altos, de fósforo, nos solos argilosos do Paraná e Santa Catarina é de 6,0 meq/100g e de 9,0 meq/100g, respectivamente. Essa condição permite muitas vezes que se adube o trigo com fósforo necessário e não se adube a soja em sucessão.

A cultura da soja consegue aproveitar resíduos de adubação de culturas anteriores.

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As tabelas acima apresentam as quantidades exportadas dos macronutrientes essenciais para a soja e o trigo. As porcentagens de nutrientes exportados pelo trigo são menores do que as exportadas pela soja. Isto significa que a palha do trigo pode fornecer para a soja, considerável quantidade de macronutrientes.

O trigo cultivado após a soja consegue recuperar parte do nitrogênio deixado pela palha da leguminosa, isso é interessante porque o trigo demanda quantidades consideráveis de nitrogênio para sua nutrição, podendo-se assim reduzir a fonte de Nitrogênio mineral vinda dos adubos.

A buva, uma planta daninha que tem comprometido muito os rendimento de soja e trigo e onerado os custo de produção com herbicidas, é mais bem controlada, quando se pratica a sucessão soja trigo, isso porque a palha do trigo consegue “abafar” uma possível germinação de sementes de buva que iriam acontecer durante o cultivo da soja.

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