Berço da sojicultura e capital das sementes são referências no Sul do Brasil

Expedição Soja Brasil visitou Santa Rosa (RS) e Abelardo Luz (SC) para ver de perto por que são cidades importantes na cultura da soja brasileira

Roberta Silveira | Santa Rosa (RS) e Abelardo Luz (SC)

Na região Sul, a Equipe 2 da Expedição Soja Brasil visitou duas cidades que são referência para a sojicultura brasileira. Uma por ser o berço da soja e a outra pela qualidade na produção de sementes.

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Santa Rosa, município no noroeste gaúcho e a 490 km de Porto Alegre, é o berço nacional da soja. Os livros contam a história de que um pastor luterano distribuiu a semente para os colonos alemães na em 1923.

– O pastor Alberto Lehenbauer trouxe as sementes dos Estados Unidos, vindo da China, e a distribuiu para alguns fiéis de sua igreja. A partir disso, a soja cresceu comercialmente em nível de Brasil – conta o presidente da 21ª Feira Nacional da Soja (Fenasoja), Gerson Lauermann.

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A época é de plantio no berço da oleaginosa. A expectativa do Sindicato Rural da cidade é que os quase 30 mil hectares estejam semeados até a primeira quinzena de dezembro.

– O interessante seria plantar até o final de novembro. Mas até 15 de dezembro também ainda é considerado um período bom aqui para nossa região – comenta Denir Frosi, presidente do Sindicato.

Capital da semente

Dos campos gaúchos, para os galpões de uma cooperativa instalada na capital nacional da semente de soja. No município catarinense de Abelardo Luz (SC), são produzidas 40 mil toneladas de sementes por ano.

80% das sementes produzidas recebem tratamento com fungicida, inseticida e enraizador. Tudo isso facilita a vida do agricultor na hora do plantio. Elas também são revestidas com polímeros, que dão cor na semente.

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Sendo que 99% são sementes transgênicas RR, que têm tolerância ao herbicida glifosato. O mercado aponta as preferências do sojicultor, que deseja ter cada vez menos problemas com as pragas, como as lagartas, por exemplo.

– A perspectivas é o crescimento da soja Intacta. Já cresceu metade da nossa produção este ano. A gente acredita que esta tecnologia também cresceu muito, chegando a 100% dos materiais a serem plantados na sequência da safra com essa tecnologia.

A semente produzida em Abelardo Luz vai para os campos de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e até fora do país. O Paraguai é um comprador também.

– O município tem uma boa altitude, noite fria e tudo isso traz um conjunto de característica para uma melhor qualidade da semente. E Abelardo Luz tem e soube aproveitar esse potencial da região. Faz semente aqui há mais de 50 anos – explica o consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann.

– O próximo passo é conseguirmos um certificado de origem. Para determinar qual é a origem da semente. A semente de Abelardo Luz vai procurar ter um certificado caracterizando essa qualidade, para que os produtores que consomem nossa semente saibam que ela veio de Abelardo Luz – completa Júlio César Pias Silva, gerente de produção de sementes.

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