Estudo inédito busca eficiência na adubação do solo

Pesquisa da Universidade Estadual de Goiás relaciona a classificação do solo à fertilidade, gerando assim um manejo melhor para a adubação

Um trabalho inédito que visa garantir mais eficiência na adubação do solo está sendo realizado pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e replicado com sojicultores da região. O resultado não poderia ser melhor, recuperação do solo, redução de custos e ampliação da produtividade.

Poucos são os produtores rurais que buscam fazer uma pesquisa relacionando, a classificação dos solos e seus atributos, com a fertilidade para dar uma resposta melhor da adubação, e com isso obter uma produtividade maior, garante a professora responsável pela pesquisa, Adriana Ribon, da UFG. “Através deste conhecimento, fazemos uma recomendação de adubação mais direcionada. Assim podemos fazer com que o produtor gaste menos buscando uma relação custo beneficio muito melhor”, afirma Adriana.

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Após apresentar parte da pesquisa a seus alunos da UEG, um dos estudantes, Regis Rates de Melo, que também é produtor em Palmeiras de Goiás, resolveu praticar a teoria em seus campos. Ele conta que por lá não se preocupavam muito com rotação de culturas. Isto há pelo menos 10 anos. O resultado foi a compactação do solo e produtividade estagnada em 48 sacas por hectare. “Depois de uma conversa mais aprofundada com minha a professora Adriana, aceitei o convite de trabalharmos este solo”, conta ele.

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Logo que começou o trabalho nesta propriedade, a pesquisadora analisou o que a ciência chama de morfologia do solo. De uma trincheira aberta no meio da lavoura são tiradas as amostras para esta análise. A propriedade fica na região do Cerrado, e segundo Adriana os solos são naturalmente mais pobres em retenção de nutrientes. “É importante conhecer a classe de solos, já que possui propriedades distintas. Com isso busca-se um manejo da fertilidade de forma diferenciada”, ressalta a pesquisadora da UEG.

Após esta análise inicial foi direcionada uma recomendação mais voltada para o aumento da matéria orgânica do solo. A ideia é que esta matéria orgânica seja reposta na forma de adubo organomineral e assim possa melhorar a retenção de nutrientes deste solo. “Já estou notando a diferença no vigor da planta. Ela está mais bonita, robusta, resistente e menos sucetível as mudanças de clima e pragas”, conta Melo.

O trabalho realizado por lá já dura três anos, lembrando que o resultado também é influenciado pelo clima.Nas últimas safras, as chuvas tem sido irregulares. Chove mais em um dia e menos no outro.

O consultor técnico do projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann, ficou impressionado com o trabalho realizado na propriedade de Melo. Com toda a sua experiência, disse que não tinha visto nada igual e que, certamente, o resultado será significativo no futuro. “A pesquisa associa atributos de mineralogia do solo, para poder ajudar a definir a adubação. Isso é um avanço extremamente significativo. Hoje, sabemos que várias propriedades não maximizam o uso do adubo. Isso poderá ser feito com este tipo de trabalho”, reflete Lantmann.

Por fim, o engenheiro agrônomo Leonardo Lopes, da Yara Brasil Fertilizantes ressalta a importância desta pesquisa para o setor. “Hoje, o produtor precisa ter a preocupação em fazer uma boa análise do solo e verificar quais são as deficiências daquele solo. Somente assim, ele conseguirá suprir esta deficiência com o fertilizante”, frisa.

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