Saiba como fazer um manejo de pragas mais barato e eficaz

Métodos incorretos diminuem a eficiência dos inseticidas, ampliam a resistência dos insetos, e elevam os custos de produção na safra de soja

Artigo: Áureo Lantmann, consultor técnico do Soja Brasil
Esta já é a quinta edição do projeto Soja Brasil. Acompanho desde o primeiro ano de realização do projeto e posso afirmar que durante este período, a questão técnica que mais chamou a atenção, mais danos produziu, mais preocupou os agricultores, diz respeito ao controle de insetos pragas. Como lagartas, percevejos, mosca branca, helicoverpa, e ácaros, que fazem parte do conjunto de mais de quarenta e duas espécies de insetos vivem durante o ciclo da soja.

Discute-se muito as questões relativas ao controle de insetos pragas da soja, argumenta-se muito o poder dos inseticidas, suas doses, épocas de melhor aplicação, formas de uso, composições e etc.

Porém há algumas questões básicas, não consideradas nessas discussões, tais como:

a) com as informações cientificas atuais é impossível cultivar soja no Brasil sem a presença de insetos,
b) a resistência das principais pragas aos inseticidas tem aumentado
c) inimigos naturais dos insetos são aniquilados com uso de inseticidas não seletivos
d) o uso de meia dose, com aplicações fora de época, só fazem aumentar a resistência dos insetos.
e) aplicação de inseticidas sem critério, ou seja, sem considerar as informações que vão maximizar sua utilização.
f) a desconsideração das informações do MIP (manejo integrados de pragas),
g) as épocas de aplicação de inseticidas obedecendo mais ao um calendário preestabelecido e ate muito antes de a cultura ser implantada.

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Esse conjunto de procedimentos errôneos tem estabelecido condições para diminuir a eficiência dos inseticidas, aumentar a resistência dos insetos, aumentar os custos de produção e principalmente eliminar as chances de controle biológico natural.

O MIP e o controle biológico de insetos pragas, nesse momento, em que se discute questões de sustentabilidade e se avalia periodicamente o quanto impacta os custos com inseticidas, são tecnologias que podem amenizar toda essa problemática relativa ao controle de insetos.

Há uma tecnológica, biológica, para o controle de lagartas, que se usada em todo o território brasileiro onde se cultiva soja, iria com segurança contribuir para a questão da sustentabilidade, redução de custo de produção e melhoria da eficiência dos inseticidas.

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O Baculovírus da lagarta-da-soja é um vírus pertencente ao gênero Nucleopoliedrovirus da família Baculovirodae, muito eficiente no controle das lagartas, (A. gemmatalis e P. includens) .

O Baculovírus pode ser encontrado disponível no mercado, em formulações de pó molhável. A pulverização pode ser feita com pulverizador de barra ou canhão, utilizando em torno de 100 litros de calda por hectare. O produto formulado é utilizado na base de 20 gramas. por hectare. Esse método de controle é tão eficiente quanto o controle químico, se for aplicado de forma correta, tendo total controle da lagarta da soja, geralmente, com apenas uma aplicação durante a safra, pois as lagartas que vão morrendo após a aplicação, liberam grande quantidade de vírus nas plantas, contaminando os novos ciclos de lagartas que vão surgindo na lavoura.

O Baculovirus pode ser produzido em na p´ropria fazenda, coletando-se, lagartas que naturalmente foram infectadas pelo vírus, triturando-as num liquidificador e armazenado-as em geladeiras para uso no momento adequado.

O uso dessa tecnologia é de custo mínimo quando comparado ao de inseticidas.

O uso do Baculovírus nas lavouras de soja tem como uma das conseqüências, promover, condições para a sobrevivência de um conjunto muito grande de inimigos naturais, que com o uso indiscriminado de inseticidas são aniquilados.

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