Encontro na Expodireto Cotrijal observou os pontos positivos e negativos desta safra e já projetou a principal dificuldade para o próximo ciclo: os custos
O último Fórum Soja Brasil da safra 2014/2015 fez um balanço de um ciclo conturbado por conta do clima e da grande variação nos preços da oleaginosa. O debate também serviu para traçar o período 2015/2016, que promete ser o mais caro da história.
O evento, que ocorreu no auditório central da Expodireto Cotrijal, encerrou a terceira edição do Projeto Soja Brasil. O consultor do projeto, Áureo Lantmann, apresentou um relatório agronômico, fruto das viagens por mais de 110 municípios produtores, espalhados em 13 Estados.
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Lantmann destacou aspectos técnicos positivos e negativos de uma safra que promete ser recorde, apesar dos problemas climáticos. O especialista destacou que o principal desafio dos produtores é saber lidar com as novas tecnologias, conseguindo aproveitar e aperfeiçoar isso dentro da lavoura. Você pode ler o relatório completo clicando aqui.
Clima
Principal problema desta safra, a falta de chuvas em momentos cruciais do ciclo foi foco da discussão. O meteorologista Fepagro Flávio Varone explicou que o período sem chuvas na época do plantio começou na safra 2013/2014, mas nesta temporada foi mais constante e mais forte.
Porém, Varone afirma que as previsões para o segundo semestre deste ano é de que o clima volte à normalidade, dentro dos padrões das safras anteriores.
Mercado
O economista do Sistema Farsul Antônio da Luz e o pesquisador do Cepea Mauro Osaki projetaram o mercado da soja no ciclo 2015/2016. Os especialistas apontam que o dólar em alta favorece a venda desta safra, mas para o planejamento para a próxima temporada será muito mais difícil.
O economista da Farsul apontou também o quanto o problema de logística do país prejudica o rendimento do produtor. Antônio da Luz destacou que o lucro superior a outros países se perda em impostos e gastos com frete.
– Atualmente não há espaço entre custos de produção e preço de comercialização. Precisamos de uma agricultura mais sustentável. Não é possível manter os custos de produção no nível que estamos – alerta Osaki.
Projeto Soja Brasil
Após visitar mais de 110 municípios, rodar 50 mil km, organizar oito debates, percorrer 33 cidades através da carreta do Canal Rural, o Projeto Soja Brasil encerra as atividades de sua terceira edição. O diretor de conteúdo do Canal Rural, Júlio Cargnino, destacou o empenho da emissora em dar voz e espaço aos agricultores de todo o país.
– Essa parceria com as associações e com a Embrapa é muito rico. O projeto só faz sentido quando está a serviço do produtor – diz Cargnino.
O presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale, parabenizou os profissionais envolvidos em mais uma edição do Soja Brasil. Dalpasquale lembrou dos desafios da próxima safra, destacou o crescente interesse do mercado chinês pela soja brasileira. Atualmente o país asiático consome 40% da soja produzida pelo Brasil.
– Foi um brilhante trabalho, pela eficiência e magnitude. Conseguiram levar respostas e conhecimento a quem interessa, que é o produtor rural. Essa próxima safra deve vir com inovações e desafios – pontua.
O chefe-geral da Embrapa, José Renato Bouças Farias, afirmou o quanto é importante para a pesquisa chegar ao produtor para apresentar os resultados da pesquisa e descobrir quais são as necessidades dos produtores para novos estudos.
Finalizando o evento, a organização do Soja Brasil anunciou os vencedores do concurso cultural Personagem Soja Brasil.
