Sojicultores de Cristalina (GO) encontram alternativa para uso de pivôs

Sistemas movidos a diesel garantem o crescimento da oleaginosa em período de seca

Fernanda Farias | Cristalina (GO)

Produtores de Cristalina, em Goiás, estão iniciando um novo modelo de irrigação para as lavouras de soja. Na falta de energia elétrica para acionar os pivôs, os agricultores buscaram alternativas, como o motor a diesel. O combustível é mais caro, mas os idealizadores do projeto garantem que no final, o produtor vai ter aumento de produtividade e rentabilidade.

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Na região, a chuva não caiu no tempo previsto e se não fosse a irrigação, que está em 52 dos 330 mil hectares cultivados no município, a lavoura não teria se desenvolvido.

O presidente do Sindicato Rural de Cristalina, Alécio Maróstica, diz que é a ampliação da irrigação e necessária, mas esbarra em algumas dificuldades, como a falta de energia elétrica. Por isso, um novo modelo está sendo implementado, com pivôs movidos a diesel que vão fornecer água no período de seca na região.

– Temos falta de energia e de redes de transmissão, isso dificulta a instalação de pivôs. Nós não precisamos tanto de energia, porque vamos irrigar quando faltar chuva. Com essa irrigação, podemos ampliar de 52 mil a 150 mil hectares – explica.

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Para irrigar uma área de 50 hectares na cidade, considerando as características climáticas da região, é necessário 10 mil litros de combustível durante o ano todo para duas culturas. Um custo estimado em R$ 30 mil. O equivalente em grãos a cinco sacos de soja por hectare e 15 sacos de milho por hectare. Por isso, os produtores estão apostando na viabilidade econômica desse projeto.

– A gente tem a possibilidade de fazer dois cultivos bem seguros. Uma de soja no início, explorando melhor potencial e na safrinha em fevereiro. Fazendo essas duas safras, calculamos 300 mm de água. Dá para pagar a conta com alternativa, não sendo energia. O custo por mm da energia é metade comparado ao diesel, mas o custo total fica muito próximo – salienta o consultor Renato Caetano.

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Há uma taxa de energia elétrica que se paga mesmo se o pivô não for acionado. Com o diesel, o gasto existe só se houver utilização. Foi isso que convenceu o produtor rual Dilson Fogolini a apostar na irrigação com o combustível. Inicialmente, vai implantar o sistema em 50 hectares, dos 800 que cultiva. O custo inicial é de R$ 500 mil na compra do pivô e na construção da barragem.

– Garante a produtividade, hoje é de 60 sacas por hectare. Em uma área com irrigação já estão colhendo 80. É a garantia – comenta.

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